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Vender as colónias.

por FJV, em 18.08.14

Eça de Queiroz defendia que vendêssemos as colónias (ao metro quadrado, mais lucrativo) mas também não lhe desagradaria que Portugal fosse derrotado numa hipotética guerra, a fim de perdermos, finalmente, a nossa independência. A relação dos inteletuais do século XIX com o país esteve sempre marcada pela desilusão e pelo pessimismo. Eça, Ramalho, Brandão, Herculano, Antero, Fialho, Laranjeira, Camilo – a lista de melancólicos é longa e brutal. Quando leio o grande ‘Portugal Contemporâneo’, de Oliveira Martins, é como se o país repetisse hoje todos os erros e patetices de há cem anos. Ontem, no CM, Luciano Amaral falava do estado da economia: para resolver todo “o problema”, era preciso um “programa de ajustamento” ainda mais duro; mas isso ia destruir-nos durante décadas. Vender as colónias hoje é impossível – e não me parece boa ideia sermos derrotados noutra guerra. Pelo menos antes das eleições.

[Da coluna do Correio da Manhã]

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