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O que se passa na interessante (sem ironia) cabeça da hierarquia da igreja que, vivendo uma grande crise – relacionada com sexo –, vem recomendar abstinência sexual aos casais católicos recasados? A frase é comprida, mas está correta. E evoca o papa João Paulo II, o inspirador da diretiva. É certo que ela diz respeito apenas aos católicos e não aos que vivem fora desse círculo de giz que se apaga com bastante frequência – mas, num pontificado gerido por um cardeal “moderno”, “progressista” e “sorridente” (três tentações juntas), é interessante ver como a igreja aceita a missão de ser uma fábrica de pecados e contravenções que não têm a ver com a sua dimensão religiosa. Esta é a igreja moderna que também quer gerir a vida sexual dos seus crentes. Mais: a que aceita o infeliz jugo de apreciar o modo como os fieis vivem a sua vida íntima, em vez de iluminar a forma como interpretam a perpetuam a fé. Bento XVI, um homem mal querido, continua a escrever sobre essa lâmina poderosa que é a sua fé: fala da Casa onde se entra. Esse lugar de onde não se excluem os que vivem com os outros.
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