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Turgéniev defendido pelo Kremlin

por FJV, em 08.06.16

A Rússia está indignada com Ivan Turgéniev (1818-1883). Foi ele o criador do termo ‘niilista’, emprestado a uma das suas personagens, Ievgueni Bazárov (no romance Pais e Filhos), um homem que detestava “ambos os lados da contenda” (ou seja, os “modernizadores da Rússia”, tanto como os representantes da “velha Rússia”). Esta perspetiva não foi apenas a de Bazárov, antes marcou obras tão decisivas como as de Soljienitsine (os ocidentais e os comunistas), Pasternak ou Bulgakov. Desta vez, uma editora inglesa, a Penguin, decidiu usar uma frase de Turgéniev para publicitar a sua coleção de clássicos: “Aristocracia, liberalismo, progresso, princípios... palavras sem utilidade. A Rússia não precisa delas.” O Kremlin não gostou e atacou a utilização fora de contexto de Turgéniev pelos ‘ocidentais’. Bom, a verdade é que Turgéniev acabou por abandonar a Rússia e ir viver para França, onde morreu – e também é verdade que a Rússia de 2016 nunca deixou de ser a de 1862. Aliás, qual o mal de pensar como Bazárov?

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