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Teologia automóvel.

por FJV, em 26.06.18

O mundo corre a várias velocidades. Enquanto os fabricantes de automóveis do ocidente fazem experiências com veículos sem condutor (uma coisa vagamente absurda que se traduz na possibilidade de gente rica que não gosta de conduzir poder comprar um carro novo), vale a pena perguntarmo-nos sobre o que significa ter mão sobre o seu destino. A resposta vem da Arábia Saudita, onde as mulheres podem, finalmente, conduzir o seu carro – quer dizer, ter mão sobre o destino ou, pelo menos, sobre um volante que seja seu. Para pessoas avançadas e ilustradas, cheias de tédio, talvez isto não tenha importância – só que o passo é de gigante. Basta perceber que a decisão de alterar a lei civil que proibia a “condução feminina” se deu no país (um dos territórios do wahhabismo e do salafismo) em que havia mais clérigos e teólogos fundamentalistas a teorizar sobre a justeza dessa proibição. O passo mais importante não foi a autorização para conduzir um carro, o que se traduziu numa notícia para as páginas de “curiosidades” – mas a possibilidade de contrariar uma lei que os teólogos locais defendiam.

[Da coluna no CM] 

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