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«Mesmo sob a pressão chavista, o povo venezuelano voltou a fazer-lhe [a Chávez] um manguito. A oposição ganhou nos dois estados mais populosos: Zulia e Miranda (6,6 milhões de habitantes num total de 28 milhões). A oposição ganhou, também, em parte considerável, as grandes cidades, a começar pela quase totalidade dos municípios da capital, Caracas. A cereja em cima do bolo desta vitória eleitoral chavista foi a derrota estrondosa de dois dos mais importantes e leais «homens do presidente», no estado de Miranda, Diosdado Cabello, ex-vice-presidente e ex-ministro do Interior do Governo de Chávez, e em Caracas, de Aristobulo Izturiz, ex-vice-presidente e ex-ministro da educação e ex-presidente do município de Caracas. Chávez perdeu o apoio da grande área metropolitana de Caracas, onde habitam milhões de pobres. Estes resultados eleitorais significam uma vitória da democracia na Venezuela.» Tomás Vasques, no Hoje Há Conquilhas.
Com a expulsão dos activistas da Human Rights Watch em Caracas, ordenada directamente por Hugo Chávez, e da forma insultuosa como foi anunciada, espero a esclarecida opinião do dr. Soares sobre o assunto. Não tem que ter opinião, evidentemente; mas ajudava-nos a sermos mais compreensivos.
O presidente venezuelano doou 300 milhões de dólares às FARC.
2. Tomás Vasques, como sempre, acerta na questão venezuelana. Um pormenor a ter em conta, este.
3. Ter em atenção, de novo, esta reportagem de El Clarín.
[FJV]
«O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, apresenta nesta quarta-feira um projeto de emenda constitucional que permitirá que ele continue no poder até a morte. O projeto, que deve ser aprovado com folga no parlamento venezuelano, acaba com o limite para as reeleições do presidente. O benefício não será estendido aos governadores e aos prefeitos eleitos – só Chávez, reeleito no ano passado para um mandato que vai até 2012, poderá se perpetuar no poder.
Ou este despacho da Reuters: «Chávez, que conseguiu uma nova Constituição em 1999, iniciou seu novo período constitucional em 2007 com o anúncio da reforma, na qual assegura que eliminará os limites para a reeleição presidencial. Atualmente, são permitidos apenas dois mandatos consecutivos.»
De acordo com o ministro das Comunicações, Willian Lara, Chávez anunciará os termos do projeto na Assembléia Nacional, onde todos os 167 parlamentares apóiam seu governo. Chávez também tem controle da Suprema Corte, de toda a burocracia federal, das estatais de petróleo e infra-estrutura e de quase todos os governos estaduais – só dois têm oposicionistas no poder. Segundo Lara, o projeto de Chávez "garante ao povo o máximo de felicidade possível".»
O antigo Presidente da República, Mário Soares, escreve hoje no Público. Mais uma vez defende o encerramento da RCTV por Hugo Chávez, não se esquecendo de invocar o seu percurso como combatente pela liberdade em Portugal. Infelizmente, esse estatuto não é bastante para autorizar as suas opiniões.
Ainda segundo o advogado, a reforma eliminará o limite de dois mandatos seguidos para a reeleição presidencial, “aprofundará o poder popular”, “promoverá a propriedade social sem reduzir a propriedade privada”, “implementará uma visão coletiva dos direitos fundamentais sem diminuir os direitos individuais”, além de uma reordenação territorial. Além de implementar o socialismo, a reforma irá abrir as portas para que Chávez, presidente da Venezuela desde Fevereiro de 1999, possa prolongar indefinidamente sua permanência no poder, desde que ganhe as eleições a cada seis anos e supere eventuais referendos revocatórios ao iniciar um novo mandato.
“A sociedade precisa neste momento de uma liderança”, justificou Escarrá. Desde Janeiro passado, Chávez foi investido com poderes para legislar de várias maneiras, por um período de 18 meses.»
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