Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O desaparecimento de Alexandre Soljenitsine não significa hoje grande coisa para a maior parte das pessoas, mas a verdade é que o escritor que denunciou tão abertamente os campos de morte soviéticos poderia ter outro destino se não fosse o Gulag. Soljenitsine foi odiado pela esquerda que continuou a proteger, mesmo depois da ‘perestroika’, o direito de o socialismo matar e condenar milhões à fome e ao terror. Tal como Tolstoi, foi um moralista e um homem religioso; como muitos outros, nunca conseguiu sobreviver longe da ‘mãe Rússia’, ocupada pelo comunismo primeiro e pelos gangsters do capitalismo depois. A velha Rússia de Tolstoi, de Gogol, de Akhmatova ou de Brodsky, foi para si uma lenda amável e dolorosa. Mas os que o condenaram ao Gulag e ao silêncio não lhe sobreviveram.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.