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Quotas da Antárctida.

por FJV, em 09.01.09

Portugal instituiu a quota mínima de um terço de mulheres presentes nas listas de candidatos ao Parlamento. Pessoalmente, acho injusto: se se trata de representar a população, quota por quota, o número deveria oscilar pelos 52%. É essa a percentagem de mulheres na população portuguesa. Mesmo assim, o governo socialista só tem duas mulheres nos ministérios, o que o deixa na cauda da Europa. Na Argentina não foi preciso recorrer a quotas. O exército acaba de enviar uma guarnição de nove mulheres para uma base da Antárctida, a 3.500 kms ao sul de Buenos Aires. Sozinhas. É a primeira vez que isso acontece na história militar, tirando a Atlântida, de que não sabemos nada. Portanto, que desculpem os leitores: o meu coração está a 14.000 kms com a operadora de rádio Vilma Cardozo.

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Limpinho.

por FJV, em 18.12.08

Manuel Alegre diz que quer tudo limpinho: “Que as forças conservadoras se assumam e que a esquerda seja esquerda.” Nada mais simples. O retrato desse mundo vem nos manuais, explicado com clareza e ilustrado por esquemas providenciais que mostram duas cores distintas – a da esquerda e a da direita. Infelizmente, essa realidade a duas cores está longe do espectro em que as pessoas se movem: aqui e ali contam mais as tonalidades, as sombras, os declives e até as aparências. Geralmente, queremos que os outros sejam como achamos que eles devem ser. Mas o problema é que a realidade, muito sacana, vem atrapalhar tudo e encher a vida de surpresas. No caixote de lixo da história e da política há bastantes desses manuais feitos para gente simples; alguns nem para reciclar são úteis.

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Namoro violento.

por FJV, em 24.11.08

A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género promove uma “festa/acção de Sensibilização Contra a Violência no Namoro”. É bom e previdente. Namoro e violência, por princípio, não andam de mãos dadas. Os jornais andam cheios de notícias sobre casais de namorados adolescentes envolvidos em cenas de pancadaria. O problema é o do costume: primeiro, fecha-se os olhos ao papel disciplinador da escola porque, coitadas, as crianças não suportam caretices; depois, o afecto foi transformado em puro sexo, porque aos 12, 13 anos, as crianças andam de camisinhas no bolso e vêm aos gritos exigir educação sexual nas escolas como um direito sindical; finalmente, ninguém lhes dá dois estalos ao segundo sinal de má-criação. E é isto: temos o Estado a disciplinar o namoro, de cócoras.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

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Homens de negócios, juízes na Bolívia.

por FJV, em 24.11.08

As coisas devem ser feitas em grande. E nós, portugueses, que não poupemos nisso. Dias Loureiro contou na televisão que conheceu El-Assir, que o apresentou ao rei de Espanha para jogar golfe e, depois, a Bill Clinton. Os banqueiros e a finança têm os seus contactos, como se sabe. Um traficante de armas, um presidente, um rei – fazer negócios é ter influência para abrir portas aqui e ali, tanto no Banco de Portugal como nos corredores da política. É assim o mundo. Mas, ao que parece, também imitamos outros velhos hábitos. Por exemplo, veja-se o caso de um juiz cuja casa foi assaltada – os meliantes deixaram uma arma junto a foto do filho, como ameaça. A sua mulher também foi alvo de uma tentativa de atropelamento. Como em outros casos, a realidade tenta sempre imitar a ficção. Mesmo que seja na Bolívia.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

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Um certo olhar. Antena 2 aos domingos.

por FJV, em 02.11.08

Aos domingos, na Antena 2, às 10h00, estou com Luísa Schmidt, Carla Hilário Quevedo e Luís Caetano. Os temas da semana. Este domingo, as eleições americanas, a campanha «ateísta» em Londres, os negros em Portugal, a sátira «religiosa» dos Gato Fedorento ao computador Magalhães. E por aí.

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Festa na Serra.

por FJV, em 07.08.08

O Acampamento de Jovens do Bloco de Esquerda começou ontem em São Gião, na Serra da Estrela, mas só hoje se iniciam os ‘workshops’, debates e animação restante. Das 17 às 19 há dois ‘workshops’ – um subordinado ao tema ‘Stencil/Subvertize’ e um outro com a designação de ‘Brinquedos Sexuais’ (amanhã é ‘Massagens’). Longe da pátria real, festejo a escolha e assinalo o horário, muito relaxante, quase crepuscular, diante do horizonte das montanhas, convidando à lassidão ou à contemplação. A rapaziada sabe o que é bom. Se há quem critique os programas da ‘jotas’ por tratarem de instrumentalizar e banalizar o pessoal que um dia gostaria de ser director-geral ou amanuense de nível superior, pois aqui está um exemplo de labor político original. Oxalá não se magoem. Nunca se sabe.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

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É a vida.

por FJV, em 24.04.08

Bagão Félix tem razão; ele queixava-se das leis laborais agora propostas pelo governo, que seguem a par e passo aquilo que o próprio Bagão Félix definiu quando estava no governo de direita. No mínimo, trata-se de um plágio; no máximo, estamos diante de uma traição. Na época, o PS (com o actual ministro à frente) fez ruído e, com o PCP e o BE, prometeu a revolução social, protestos na ruas e imolações nos sindicatos, com toda a esquerda à volta. Hoje, no governo, o PS não só não apagou a herança de Bagão, como até ‘dramatizou’ certos artigos da lei dos despedimentos. Ninguém de bom-senso vem para a rua queixar-se de o PS ‘não ser socialista’. A tentação socialista do PS, actualmente, é apenas 'fracturante & moderna', reduz-se ao aborto, à lei do divórcio, à ideia de que o povo é bom, e a pouco mais. António Costa dizia há uma semana que defender ideias de esquerda é bom quando se está na rua, mas muito aborrecido quando se chega ao poder. De facto, é a vida.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

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Quotas de machos.

por FJV, em 22.04.08

A ministra espanhola da Defesa, Carme Chacón (nas fotos desta semana), está grávida de sete meses e passa revista aos soldados, alinhados e em sentido.  A imagem é nova e parece que serve de propaganda aos dotes fracturantes de Zapatero. Há quem se pergunte se a imagem faria sentido em Portugal, para rematar com um ‘não’ vivo e brutal, como se viéssemos das cavernas ou como se a Espanha tivesse criado a luz da civilização. O que não aconteceu, porque antes destas senhoras de Zapatero apareceram Margaret Thatcher ou Michele Bachelet. Suponho que, a haver uma ministra a fazer continência em Tancos, iríamos achar graça, como os espanhóis acham, e ficaríamos orgulhosos da nossa ministra. Seria uma revolução? Sim, mas a maior revolução seria reconhecer que depois de os socialistas portugueses aprovarem as quotas femininas, o Governo de Sócrates tem apenas duas ministras em 16 ministérios. Em França, com Sarkozy, há sete em 15. Na Finlândia, há 12 em 20. Somos um país de machos. Socialistas, mas machos.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

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Vai haver feira?

por FJV, em 10.04.08
Haverá feira do livro este ano?

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De facto.

por FJV, em 10.04.08
De carro, a caminho de casa, faço zapping pelas estações de rádio à hora do Sporting-Glasgow Rangers. RCP, Antena 1, RR e TSF. É aqui que ouço Pedro Gomes, com aquele ar de cátedra, perorar sobre o jogo que começava daí a minutos. Não; o Glasgow?; de anedota; não têm defesa, não sabem atacar, não têm estatura (basta olhar para Darcheville...), não sabem jogar em relvados como o nosso, não sabem fazer transposição defesa-ataque (ou seja, aquilo que se chamava «passes de profundidade»), nada, nem deviam tê-los deixado embarcar em Glasgow. Antes de passar para a rádio onde ouvi os primeiros minutos de relato, já sabia: estava escrito. Ele tinha falado.

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