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«Están llegando los barcos rusos. Nos estamos preparando para recibir al presidente (Dimitri) Medvedev», declaró Chávez, tras votar en las elecciones.
As consciências ocidentais tremeram de indignação com o reconhecimento, pela Rússia, da independência da Abkházia e da Ossétia do Sul – e, além da indignação, vivem agora a euforia da denúncia. Denunciam o poderio e o descaramento russos. Fazem bem, mas deviam olhar-se ao espelho. A Rússia não esqueceu – nem podia – o reconhecimento da independência do Kosovo pelo Ocidente, como não podia aceitar que a sua “zona de influência” se transformasse numa espécie de tapete estendido para “o Ocidente”, que ainda se julga o centro do mundo. A Rússia sabe que os EUA não estão disponíveis para uma nova crise dos mísseis. Medvedev é claro: «Durante as eleições nos Estados Unidos, os eleitores olham de forma indiferente para os acontecimentos no estrangeiro. Se algum dos candidatos conseguir utilizar esta questão, como se costuma dizer, Deus o ajude.»
Vem aí muito trabalho sério pela frente; como reconhece José Milhazes, «se o reconhecimento da independência do Kosovo foi uma machada no sistema de relações internacionais na Europa e no mundo, a decisão do Kremlin de reconher a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia enterrou-o definitivamente».
A atitude precaucionista em relação ao Zimbabwe (porque Robert Mugabe é negro) é cada vez mais absurda e racista. O problema é que as vítimas da opressão de Mugabe são negros e, por isso, e em tempos de crise petrolífera, talvez não tenha tanta importância. Mas não o percam de vista. Não o percam de vista porque ele é capaz de tudo. Se Mugabe fosse ditador no Médio Oriente, o que não se diria; mas como as suas vítimas são pretos, têm menos importância na balança de interesses intermacionais.
«O Supremo Tribunal dos EUA decidiu hoje que os suspeitos de terrorismo detidos na base militar de Guantánamo, em Cuba, têm o direito de recorrer aos tribunais federais para contestar a sua detenção.» (Notícia aqui) Um sinal do que está a mudar, finalmente, e do que deve mudar.
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