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O Eduardo Pitta comenta uma peça do Público sobre a capacidade de o fisco detectar ilícitos fiscais através dos sinais exteriores de riqueza. A mim, o que pareceu obtusa foi a pergunta colocada pelo jornal aos dirigentes da administração fiscal; vejam o mimo: «Porque não há, nesse caso, um controlo automático de detecção de sinais exteriores de riqueza?»
Não sei se se percebe o incentivo, mas, se ele existe, é perigoso demais para ser verdade. Controlo automático?
Frequentemente se ouvem, nas televisões e nas rádios, uns cavalheiros gabando com foguetes a actuação dos «jogadores com experiência» que «sacam uns penalties», «arrancam umas faltas» ou, pura e simplesmente, se valem da sua experiência para enganar o árbitro. Reinaldo Azevedo comenta o assunto a propósito das críticas de Lula a Robinho.
Ou muito me engano ou, no próximo ano, os hierofantes do Ministério da Educação (aqueles que acham que os professores de Matemática percebem de Matemática mas não percebem de «avaliação» -- uma declaração que deveria forçar a comissão de educação do Parlamento a chamá-los para esclarecer o assunto) dirão que houve uma substancial melhoria da estatísticas e que o homem novo está a caminho com uma taxa de sucesso a festejar. Basta ver a manigância a que eles (os que percebem de «avaliação») se dedicaram. Se não fosse trágico para o sistema de ensino, contaríamos mais uma anedota sobre o assunto.
Estava escrito. A fila já está cheia de candidatos: agricultores, taxistas, etc: «Vamos dar uma semana ao Governo e se não houver uma resposta satisfatória, vamos levar os protestos para a rua.»
Escreve Henrique Raposo no Expresso: «É impressionante o silêncio em redor da criação do secretário-geral do sistema integrado de segurança interna. Esta personagem controlará todas as polícias do país e despachará directamente com o primeiro-ministro. Mais: esta figura sinistra será nomeada pelo próprio primeiro-ministro. Como é evidente, esta concentração de poderes é inaceitável. Não é uma questão de opinião. É uma questão de facto: numa democracia liberal, não pode existir intimidade entre governo e polícia. Quando digo isto não estou a entrar no mercado da indignação; estou apenas a ser analítico, ou seja, estou somente a relembrar que os governos democráticos não podem ter um superpolícia no bolso.»
[Via Atlântico.]
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