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[Magníficas fotos publicadas na edição de domingo do El Mundo.]
Pena que José Medeiros Ferreira não escreva a magistral lição que hoje deu no Rádio Clube Português sobre a política externa americana nos anos Bush, recordando como tudo se alterou a partir do 11-S e terminaram as críticas ao seu isolacionismo.
A A.G.F. relembra, no seu blog, que no dia 3 de Junho faz 7 anos que morreu Manuel Hermínio Monteiro.
Lembrado (e bem) aqui. A famosa fotografia do manguito, convém dizê-lo, é de João Rodrigues, seu grande amigo e agora editor da Sextante.
Eu e o João Rodrigues (então na ASA) fomos os editores do seu único romance, esse excepcional "Trabalhos e Paixões de Benito Prada". Quando anunciámos ao Fernando que iríamos tentar que o livro fosse traduzido algures, ele respondeu, peremptório, que esse algures tinha de ser a Galiza. E assim foi - na editora "Ir Indo". Nasce aí a sua (e depois nossa) amizade com Paco Feixó, um grande cozinheiro galego que tinha na época, em Vilagarcia de Arousa, o hotel (e restaurante) "Balneário". Alguém sabe onde ele pára agora?
O João Miranda refere Rudolf Steiner neste post. Não comento o assunto (a agricultura biológica), mas lembro-me de uma visita a Dornach, perto de Basileia, onde se comemora a enorme sapiência de Rudolf Steiner, um homem que sabia de tudo e onde estão instalados os Goetheanum, edifícios tremendos que também comemoram a sua vasta sapiência. Rudolf Steiner sabia de tudo: de linguística a agricultura biológica, de filosofia (vagamente) a fisiologia (bastante), de esoterismo a literatura (Goethe), de economia a política, de pedagogia (com as escolas Waldorf) a ciência em geral (sobretudo decalcando tudo o que Goethe escrevia). Sobre este «sistema total», a antroposofia, li algumas coisas na época, no princípio dos anos oitenta. Tudo estava ordenado, tudo se orientava para «princípios unificadores», não havia pormenor escatológico que não estivesse explicado no interior de um «conhecimento» que não deixava nada de fora. Dornach, a aldeia, assinalava Goethe de forma obsessiva e as representações integrais do Fausto demoravam semanas de aborrecimento intenso. Os seguidores de Rudolf Steiner passavam pelas ruas, vestidos de lã escura, com gorros a esconder a palidez da pele; comiam-se bastantes cereais e frutos secos, perseguiam-se o álcool e o tabaco, as pessoas riam com cuidado; havia grupos de trabalho sobre agricultura biológica e o sistema digestivo ao lado de aulas de «ciência espiritual», a que assistiam muitas fãs de Madame Blavatsky e Annie Besant. As «origens intelectuais» de Rudolf Steiner eram interessantes (ficaram conhecidos o seu apoio a Dreyfus e as suas leituras iniciais de Nietzsche, que lhe forneceu a gramática e a euforia), mas o resultado era uma cosmogonia que acabava por reduzir as ciências à tríade «pedagogia-medicina-agricultura» e à sua mistura com uma «ciência espiritual» que procurava tranquilizar-nos com Goethe no original. Quando deixei Dornach, pela estrada que me levava para longe de Basileia, deixei para trás uma grandee perigosa tristeza; eu não sabia, até aí, que se podia detestar a vida real com uma convicção tão intensa. Mas cheia de palavras.
[FJV]
«Só que, como na altura deixei dito numa crónica no Diário de Lisboa, de que então era redactor, a ópera era La Favorita, de Donizetti, e o golo aconteceu em pleno terceiro acto, quando Viorica Cortez, no papel de Leonora di Guzman, cantava a belíssima ária do seu amor por Fernando: “Oh, mio Fernando! Della terra il trono a possederti avria donato il cor.” O meu “correligionário” sportinguista não resistiu ao grito de “Golo!”, quando ouviu, pelo “aparelho auditivo” (!), que Manaca, com um tiro certeiro, violara as redes do Magdeburgo.»[FJV]
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