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Trabalhinho para os tribunais.

por FJV, em 07.12.07
Pão tradicional

1. E vão 15.000 processos instaurados pela ASAE. Terão, ou não, de passar pelos tribunais? Convinha que alguém acompanhasse a evolução dos processos e analisasse «o período de tramitação», ou lá o que é.
2. A ASAE é uma polícia criminal porque investiga e trata crimes contra a saúde pública, por exemplo. O grau de ponderação é mínimo. A ASAE chega, de colete à prova de bala e capuzes, apreende os pastéis de massa tenra, e tudo parece que já «tramitou em julgado». Algum constitucionalista me explica?
3. Açordas estão proibidas nos restaurantes, segundo percebo. Não se pode guardar pão. Fazer açordas com pão «do dia»?
4. Pastéis de massa tenra, exactamente. Têm de ser feitos no dia? Na hora? Congelados em máquinas de preço proibitivo? Adeus Fidalgo (Bairro Alto, os melhores pastéis de massa tenra de Lisboa).

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por FJV, em 25.10.07
||| Publicidade.












Outdooors
de qualidade, no 3 de 30. Marketing holístico, diz ela.
[FJV]

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por FJV, em 21.08.07
||| Pão.









Há dias, num restaurantezinho que frequento, fui informado de que vai passar a ser praticamente impossível continuar a receber aquele saboroso pão que vem (neste caso) do Alentejo. As autoridades vão querer, certamente, o pão plastificado ou cozido em forno eléctrico. Antigamente, nós queixávamo-nos «das leis de Bruxelas» que atacavam o nosso precioso queijo da Serra ou se recusavam a proteger a denominação de origem do melhor dos vinhos (o Porto), ou se metiam na nossa mesa sempre que queriam. Agora, o perigo é outro e está cá dentro: chama-se falta de bom-senso. Tenho uma lista das tabernas e tascas a visitar antes de serem remodeladas, e uma outra com fornecedores de pão cozido em forno de lenha. Ou, então, passaremos a fazer raides em Espanha, para manter o atrevimento.
[FJV]

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por FJV, em 15.08.07
||| Gourmandises, 2.
É evidente que a existência de uma ética do «bom gourmand» levanta, só por si, alguns problemas. O Vasco é um «bom gourmand» e dedica o seu post a pessoas que têm discutido a relação entre os restaurantes e o tabaco (como eu próprio – além destes posts, ver esta série de três – o Eduardo Pitta, o Carlos Loureiro e o Daniel Oliveira). Eu acho que não sou um «bom gourmand» no sentido em que a gourmandise possa supor um estatuto absoluto da comida (seja lá o que isso for) e dos sentidos directamente «estimulados pela comida». No acto de beber, como no de comer, há uma natureza convivial que o gourmand pode dispensar em benefício do acto em si. Não eu. Posso comer sozinho, evidentemente – mas prefiro a mesa de amigos, o jantar em família, o almoço de domingo. Nesse sentido, estou disposto a abdicar de uma série de prerrogativas e exigências do «bom gourmand» em benefício dessa natureza convivial. Em última instância, o gourmand pode ser um «higienista», quase de certeza é um puro, certamente gosta de impor as suas regras. Em refeições desse género, que às vezes frequento por curiosidade ou dever, sigo as regras e fumo onde me é permitido, sem incomodar ninguém; caso contrário, sigo a minha vida.
[FJV]

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por FJV, em 15.08.07
||| Gourmandises.
O Vasco alinha, no Memória Inventada, três excelentes argumentos sobre a ética do «bom gourmand» na sua relação com o tabaco: «1. O fumo interfere com o olfacto e o olfacto é um dos sentidos estimulados pela comida; 2. Nos restaurantes, as pessoas não terminam as refeições ao mesmo tempo; 3. O direito de fumar após as refeições interfere com o direito de não levar com fumo durante as refeições.» Diante desta lógica irrefutável, o Vasco supõe que há duas possibilidades «de compatibilizar estes dois direitos» (o de fumar e o de não levar com o fumo): «1) sincronizando as refeições, recorrendo a uma sineta e a um fiscal; 2) proibindo o fumo na sala e convidando as pessoas a um passeio até à rua no fim da refeição.»
Nessa circunstância, alinho perfeitamente em dar um passeio até à varanda, ao jardim, à rua ou a uma sala onde se possa fumar. Não acho escandaloso nem absurdo e não quero privar-me de uma boa refeição com o Vasco, aqui ou nos EUA. Acharia escandaloso, sim, que me proibissem de fumar onde quer que seja; mas não incomodarei pessoas que se incomodam com o fumo de um charuto. Et voilá.
[FJV]

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por FJV, em 15.08.07
||| Sem querer ser indelicado.











Sem querer ser indelicado, informo que a prova incluía uma visita à carta de vinhos, que contava com 72 Portos de lei, não mencionando os 16 moscatéis genuínos e duas colheitas tardias do Douro. A lista de tintos favorecia a meditação, com cerca de 140 rótulos, de que se beberam muito poucos; os brancos novos eram formosíssimos (um verdadeiro festival de revelações do Douro) e havia seis rosés do Douro interior (naquela mancha que transita para a Beira). Ao longe (da bolsa e da alma, infelizmente), doze champanhes de Reims pulavam em robe-de-chambre (ah, sim, a mesa ficou pelo Cabriz, espumante a copo). Tudo para aplaudir a chamuça de alheira, os milhos de bacalhau com rodovalho ou os milhos com camarão e grelos (eu sou um apaixonado por milhos, a variante duriense e transmontana da polenta), lombinho de novilho maronês com isca de foie gras (daquele que é perseguido com ódio pelos vegetarianos, ecologistas e médicos do colesterol – havia também um papo d’anjo de foie gras de vinho do Porto e maçã, mas poupo-vos à descrição), outra peça de novilho do Alvão com creme de queijo da Serra, espargos verdes e um arroz de ervas e três tipos de cogumelos, um magret de pato com arroz de frutos secos e figos e – senhoras e senhores! – não resisto a mencionar a chamuça de queijo chèvre, gelado de mel e requeijão com doce de abóbora e amêndoa, além do crepe de leite-creme crocante com frutas e molho de framboesa (de queimar a alma) e de um portento, um vulcão, uma onda de devassidão concluída com a tarte de maçã com queijo de cabra e gelado de azeite. As ervas silvestres eram as campeãs da agricultura biológica, sim senhor, as da Eng.ª Graça, da melhor empresa do género, a Ervas Finas, de Vila Real – cheirar aquele manjericão é entrar na margem de um dos rios do paraíso (além dos seus chás de hissope, lúcia-lima, tomilho limão, hortelã pimenta e erva príncipe). Os Portos estavam finíssimos, ligeiramente refrescados. O Rui Paula é o culpado disto.
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por FJV, em 28.05.07
||| Por outros motivos.
Zapatero irrita-me, e isto é absurdo. Irrita-me ele querer mudar Espanha, tornar Espanha «mais civilizada», a deitar-se a horas e a levantar-se para fazer jogging, a viver em ambientes saudáveis e livres do cheiro de Ducados e de canarinos (lembro-me sempre dos textos de Montalbán sobre o Condal n.º1, charuto de eleição de Pepe Carvalho). Irrita-me a legislação contra a siesta, aquele perfeccionismo intrometido na vida individual, que terá de passar a ser elegante, limpinha, nada promíscua, cheia de produtividade e de asseio. Mudar a Espanha é atraiçoar a nossa memória de bocadillos e de tortilla de bacallao y de patatas, de pesols a la catalana, de flamenquines asturianos, de conill a la brasa amb all i oli, de boquerones en vinagre, coquinas al ajillo, albóndigas con tomate ou cocido galego. Tenho uma grande nostalgia dessa Espanha incivilizada cheia de adeptos do Atlético e do Real, do Elche e do Ossasuna. Há uns meses, enquanto servia uns calamares fritos, uns pratinhos de pulpo de feira e umas empanadas quentes, a dona do Mesón de la Chispa (na Galiza, uma coisa que vem da minha adolescência, juntamente com o vinho branco de Monterrey) queixava-se de que agora toda a gente quer comida de fusão e que já não se encontravam apreciadores de lacón con grelos. Às vezes, quando vejo Zapatero sorrir ou revejo a comunicação ao país de Ignacio Buqueras, Presidente da Comisión Nacional de Horarios (anunciando que ia mudar os horários espanhóis para que os cidadãos vivessem mais felizes e menos angustiados), até dos velhos comboios da Renfe tenho saudades, daqueles que atravessavam Navarra a 80 kms/h, para não falar dos textos culinários de Puga y Parga (o autor de 56 Maneras de Guisar el Bacalao) ou das dispepsias de D. Álvaro Cunqueiro. Ou das tardes de café, copa y puro. Nós temos direito a essa Espanha incivilizada, quero lá saber da Espanha zapatera.
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por FJV, em 24.05.07
||| Crianças.

















Em 1965.
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por FJV, em 24.05.07
||| Bons tempos. Harmonia familiar.
















Bons tempos em que «as donas de casa» tinham listas de compras sensatas e compreensivas. Isto sim, era harmonia familiar. (Maria Cabral, em 1969, no anúncio ao brandy Macieira: «Até o brandy é ela quem escolhe... e bom!»)
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