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Memória descritiva.

por FJV, em 05.11.08

 

A capa da Playboy deste mês (chegou ontem às bancas) é Claudia Ohana. O mesmo Joaquim Ferreira dos Santos esclarece, e reparem se isto não é literatura, a propósito do ensaio fotográfico que há 23 anos imortalizou a actriz como «uma versão púbica da Mata Atlântica»: «Nas laterais ela traz estilo pouco mais desbastado pelas queimadas, essa praga brasileira, mas ainda assim o arvoredo cresce pujante ao centro, subindo farto até quase a linha do umbigo, num equilíbrio ecológico que o Ministério do Meio Ambiente aprovaria.»

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Ah, estou muito confusa.

por FJV, em 05.11.08

Chego ao Rio (com chuvinha e garoa, descansem, invejosos...) e descubro pela coluna do Joaquim Ferreira dos Santos (que acaba de publicar uma biografia de Leila Diniz!), no O Globo, que Maria de Medeiros está a fazer furor como cantora. Seja. Agora reparem: «Maria disse que as novelas brasileiras influenciaram até as relações entre os casais de Lisboa: "Agora, quando a portuguesa briga com o namorado, ela coloca a mão na cabeça e diz 'ah, estou muito confusa'."» Sabiam que isto era das novelas?

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Rio, entre Gabeira e Paes.

por FJV, em 06.10.08

O Rio de Janeiro tem a oportunidade de se redimir e eleger um bom prefeito. Paes (PMDB) foi secretário-geral do PSDB e Gabeira (Verdes) tem o apoio do PSDB e é um adversário do lulismo. A derrota do bispo Crivella é a coisa mais saudável que aconteceu na política do Rio desde que os Garotinho saíram de cena. Gabeira para devolver o Rio aos cariocas.

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GPS.

por FJV, em 02.09.08

 

Por estes dias: em Brasília, onde o céu escurece mais tarde.

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O mito.

por FJV, em 01.09.08

A ler: o artigo de Francisco Seixas da Costa, no Estado de São Paulo, desfazendo o mito do nepotismo brasileiro como herdeiro do «nepotismo de Pêro Vaz de Caminha»:

 

« O pedido de Caminha, que se tornou num bordão referencial da ética pública brasileira, mesmo de quantos se não deram ao trabalho de ler o texto da Carta, passou a representar o exemplo tipificado de nepotismo, não obstante incontáveis contribuições posteriores terem ajudado a recortar, com bem maior sofisticação, essa histórica prática – e não apenas no Brasil, é claro. Para alguns, porém, a frase de Caminha permaneceu como um ferrete que terá marcado, por uma misteriosa eternidade, o DNA brasileiro, transformando-se numa herança ético-administrativa de raiz pecaminosa. Ela reemerge sempre como pernicioso ranço luso, nas horas em que a retórica de alguns oradores já esgotou os clássicos bebidos no “Reader’s Digest”»

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Cosa Nostra tropical.

por FJV, em 30.08.08

O Primeiro Comando da Capital (PCC) e as suas ONG brasileiras. Aqui: «aproximar integrantes da organização de parlamentares, com o nítido propósito de interferir na elaboração de lei e de políticas públicas visando a afrouxar as punições a membros da cúpula da organização».

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Ah, o apedeuta está em forma.

por FJV, em 20.06.08

Frequentemente se ouvem, nas televisões e nas rádios, uns cavalheiros gabando com foguetes a actuação dos «jogadores com experiência» que «sacam uns penalties», «arrancam umas faltas» ou, pura e simplesmente, se valem da sua experiência para enganar o árbitro. Reinaldo Azevedo comenta o assunto a propósito das críticas de Lula a Robinho.

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Lip service. Acordo Ortográfico visto de Inglaterra, ooops, de Madrid.

por FJV, em 02.05.08
No The Independent de hoje, artigo assinado pela correspondente em Madrid: «Portugal may have to recognise the inevitable by bowing to the economic and cultural predominance of Brazil, its former colony. The once proud imperial power is considering reforming its language to accommodate recent linguistic developments in the South American economic powerhouse, with which it shares a language.»

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Santa Aliança.

por FJV, em 22.02.08

Lembram-se desta foto? Era o início da Santa Aliança entre Lula e Edir Macedo, o super-pastor da IURD. Investigação da Folha de São Paulo dá conta de que a IURD «é a maior proprietária de concessões de televisão do país; são 23 emissoras de TV, além de 40 emissoras de rádio» além de arrendar as 36 rádios que integram a Rede Aleluia. Santa Aliança. Há uns meses (em Setembro) Lula «enalteceu a iniciativa dos donos da Record de contribuir para a democratização do acesso à comunicação».
Relembre a opinião de Reinaldo Azevedo.

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Daniel Piza.

por FJV, em 27.01.08
Vale a pena ler a entrevista de Daniel Piza por João Pereira Coutinho, para a Folha de São Paulo:

«Prefiro dizer que sou um liberal ou libertário moral, alguém que não acha que o progresso seja a fonte dos males, alguém que acredita que nossa inclinação pelo conhecido não pode jamais apagar nossa atração pela aventura. O conhecimento não é “virtude”, no sentido de que não redime ninguém. Mas anima, dá prazer - e principalmente alternativa aos desprazeres. Não vejo valor inerente à ignorância. Vejo valor em não crer que haja sabedoria plena.»

«As escolas estão mais preocupadas em “socializar” do que em transmitir conhecimento prazeroso, aquilo que se chamava “educação liberal”. Muita gente pensa que arte é terapia, é confissão, é modo de ocupar os jovens com lazer em vez de deixá-los à mercê do crime. Não: artes e idéias são formas de intensificar a vida, de multiplicar nossas opções...»


Daniel Piza é jornalista e colunista do Estado de São Paulo e mantém um blog sobre cultura, futebol e, vá lá, política. O seu livro chama-se Contemporâneo de Mim e foi publicado pela Bertrand Brasil.

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Vem daí, Espinosa. Vem daí, Ruy. Regressa daí, Tim. Vem daí, Marcelo.

por FJV, em 29.12.07

O delegado Espinosa de regresso à ficção de Luiz Alfredo Garcia-Roza, em Na Multidão (depois de Espinosa sem Saída).  E, com ele, Ramiro, Welber, a solidão nostálgica do Bairro Peixoto em Copacabana, a gastronomia vagabunda de Espinosa das suas paixões. Só quem sabe, só quem sabe.

Para ler mais sobre Garcia-Roza: Entrevista com Luis Alfredo Garcia-Roza publicada na revista Ler há uns tempos. E, aqui, um Espinosa de A a Z.


Ruy Castro, o autor das biografias de Garrincha (Estrela Solitária), Nelson Rodrigues (O Anjo Pornográfico) e Carmen Miranda (Carmen: Uma Biografia), além da belíssima biografia do Rio de Janeiro, Carnaval no Fogo, regressa à ficção depois de Bilac vê Estrelas, com Era no Tempo do Rei, romance que nos leva à chegada da corte portuguesa ao Rio, com o príncipe D. Pedro como figura principal na noite carioca de então.
Deixem-me recordar a sua evocação do Rio ou da Guanabara no princípio do mundo (em Carnaval no Fogo): «Se Vespúcio voltasse hoje à cidade, quinhentos anos depois, como seria? Em 1502, ao defrontar-se com o Pão de Açúcar, ele vira na Guanabara algo muito parecido com a ideia que os antigos faziam do Paraíso: um carnaval de montanhas, serras, praias, enseadas, ilhas, dunas, restingas, manguezais, lagoas e florestas, tudo sob um céu que não tinha fim. Uma obra-prima da natureza, habitada por uma gente feliz, bronzeada e amoral. […] Uma vida tão feliz e paradisíaca que deixava muito mal a ideia, então corrente entre os jesuítas, de que os selvagens não tinham alma.» P.q.p., hã?


E Tim Maia, que morreu em 1997, agora com biografia à altura. Devastador Tim Maia, selvagem e surpreendente como só ele era, descrito e escrito por Nelsinho Motta em Vale Tudo. O Som e a Fúria de Tim Maia. Recado de Tim para Nelson em 1997, Nova Iorque: «Ô Nelsomotta, eu tô aqui sentado numa cadeira e tomando café numa mesa tão antiga que estou me sentindo um Dom João VI, porque tudo é antigaço nesse hotel, mas o fogão está funcionando e você está convidado a tomar um breakfast e a torrar unzinho comigo. Now!»



Marcelo Rubens Paiva, o autor de Malu de Bicicleta, de Feliz Ano Velho ou de O Homem que Conhecia as Mulheres, agora reedita algumas das suas crónicas exemplares em As Fêmeas. Extracto de uma delas: «Tive um colega de faculdade que morava na Augusta sobre um bar-padaria suspeito, fachada para tráfico de pó e de putas. Antes de dormir, costumava tomar uma cerveja e olhar o movimento. Numa noite, a puta “xis” discutia com um freguês, que passou a agredi-la. Deu cinco minutos, meu colega se levantou e a defendeu, expulsando o inoportuno do bar. Pra quê? Foi adotado. A menina o convidou para ser seu gigolô. “Não, sou um estudante da USP, futuro profissional liberal. Não convém ser um gigolô” — ele não disse, mas seria sua resposta se a honestidade fosse um hábito. Inventou uma desculpa qualquer que não colou. A menina descobriu que ele morava em cima da padaria e passou a deixar uma parte dos seus ganhos debaixo da porta. Ele procurava devolver a grana. “Mas você é o meu homem, merece o dinheiro.” O que fazer? A universidade não tem respostas para situações triviais. Nada.»

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por FJV, em 22.11.07
||| TVLula.
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) entrará em formação em Dezembro: é a rede pública de televisão, uma espécie de TV Lula, criada com a Radiobrás e a TV Educativa e destinada a veicular «informafão pofitiva fobre o Brasil». Para dirigir a EBT, Lula nomeou Tereza Cruvinel, jornalista e militante da Convergência Socialista na fundação do PT, e Orlando Sena, ex-director da Escuela Internacional de Cine y Televisión de Cuba. No conselho-geral está um dos novos indefectíveis lulistas de eleição, Delfim Netto. Sim, Delfim Netto, ex-ministro, ex-deputado, foi um dos signatários do AI5 que instituiu o período mais negro da censura durante a ditadura militar brasileira, além de ter sido um dos responsáveis pelo encarceramento de vários oposicionistas, entre os quais Mário Covas. Eba.
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por FJV, em 06.11.07
||| Voando pelos céus do Brasil.
Lembram-se, certamente, do slogan da Varig. Depois do acidente da TAM em Congonhas, anteontem queda de pequeno avião em S. Paulo; hoje, fim da companhia aérea BRA, com as consequências habituais. O caos aéreo de novo implantado.
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por FJV, em 05.11.07
||| Notas & Apontamentos.
1. Eucanaã Ferraz publica muito em breve o seu novo livro de poemas, com o título Cinemateca, edição Companhia das Letras. Poemas narrativos, como filmes.

2. A Record publicará o aguardado livro de Reinaldo Azevedo, o novo ódio de estimação do petismo. O título terá a ver com o Brasil, mas o subtítulo incluirá a expressão A Sociedade das Ideias Mortas.

3. Manoel Costa Pinto inaugurou hoje o Letra Livre, programa de livros na televisão brasileira. Convidados da primeira emissão, Milton Hatoum e Glauco Mattoso. Na próxima emissão, Marcelo Rubens Paiva e Marçal Aquino. A que horas vai para o ar a emissão? Às 20h00.

[FJV]

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por FJV, em 01.11.07
||| Imperial Vila de Ouro Preto.
















Poemas de Tomás António Gonzaga, as ruas onde passou parte da melhor história de Portugal no Brasil. Havia uma poeira fina, amarelada. Essa não foi a primeira imagem mas foi a mais intensa, aquela que perdurou. A primeira foi a do desenho de um vale escuro, denso, sitiado pelo pico do Itacolomi e pela Serra da Mantiqueira, pelos fios de água do Rio das Velhas e do Piracicaba, mergulhado naquela vaga de calor onde cada pedra fala da história e do passado. É impossível não ceder ao peso da história; casarões erguidos em colinas, em ladeiras e becos, pracetas onde ipês frondosos servem de testemunhas à passagem do tempo. Mas a outra imagem, a imagem decisiva, apareceu depois: uma poeira fina misturada às nuvens de calor que subiam e desciam o vale. Foi mais do que isso que levou D. Pedro a chamar-lhe Imperial Cidade de Ouro Preto, substituindo o nome antigo, Vila Rica – o desígnio da história, o centro difusor do independentismo brasileiro que alimentou a Inconfidência Mineira e a conspiração do Tiradentes, a importância económica da região, a tradição de uma cidade que foi capital do barroco brasileiro. De alguma maneira, tanto Gonzaga como Cláudio Manuel da Costa fizeram o melhor da poesia pós-barroca, só comparável em génio ao atormentado e revolucionário Boca do Inferno, o “genial canalha” Gregório de Matos, o escandaloso poeta baiano do século XVI.
Ouro Preto lembra a história das cidades abandonadas por algum mistério do tempo. Há aqui o perfume da maldição e do castigo por, nesses tempos de glória, a riqueza dos seus habitantes ter levado a cobrir varandas e fachadas com folha de ouro. Isolada do mundo, escondida no vale, Ouro Preto fomentou aquela luxúria da decadência e foi um centro produtor de música, de pintura, de escultura, de literatura – e de contemplação, a mãe de todos os vícios artísticos.
Ao crepúsculo, Ouro Preto recebe os seus fantasmas, um a um. Eis a contemplação como um dos elementos da luxúria; não é por acaso: ao observar o vale desaparecendo sob a escuridão, percebe-se por que razão há cidades brasileiras a viver tanto o passado e os seus mistérios.
[FJV]

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por FJV, em 29.10.07
||| Novela não é inocente.
Aguinaldo Silva, autor de novelas da Globo (como Duas Caras), mostra por que razão novela não é inocente. Siga o blog.
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por FJV, em 20.10.07
||| A vergonha não se redime assim.









Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, dois boxeurs cubanos, desertaram da delegação cubana durante os jogos Pan-Americanos do Rio. O governo brasileiro mandou que eles fossem presos e deportados, a 4 de Agosto último. Regressaram a Cuba num avião colocado à disposição por Hugo Chávez. A Comissão de Relações Experiores do Congresso Brasileiro decidiu investigar as condições em que o governo de Lula devolveu os cubanos à procedência, sobretudo depois de a imprensa noticiar que eles já não estão em Havana e sim num local recôndito e desconhecido da ilha. Assim, decidiu enviar um grupo de deputados a Cuba, a fim de entrevistarem os rapazes. O embaixador de Cuba em Brasília negou o visto, com o argumento de que se trata de um assunto interno do seu país.
O embaixador de Cuba tem razão. A vergonha foi cometida no Brasil e os seus responsáveis têm nome. Lula é o primeiro deles, no topo da lista.
[FJV]

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por FJV, em 20.10.07
||| Eles adoram queimar. A IURD, vanguarda da caixa de fósforos.
Passando pela blogosfera brasileira e pela opinião petista local, há uma evidência: todas as armas são boas para atacar a Veja, a Folha e a Globo. Agora, há uma nova: festejar cada sucesso da Rede Record, da IURD e do bispo Edir Macedo, com quem Lula apareceu de mãos dadas.
É que nas cerimónias da IURD também se queima bastante. Um bispo queimou imagens de santos, já devidamente cadastrados pelo instituto do Património Histórico e Artístico. No Afeganistão, dinamitavam as estátuas dos Budas de Bamyian; como confessa o bispo, «a queima de imagens é uma prática comum nos cultos da Universal».
[FJV]

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por FJV, em 20.10.07
||| Palavrão não entra. Mas deixamos ver.
O site da Caixa Económica Federal, do Brasil, tem um filtro para impedir a entrada de palavrões; mas (graças ao Alto Volta) sabemos que a lista está disponível aqui. Um bom tratado de lexicologia.
[FJV]

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por FJV, em 19.10.07
||| Pronto a queimar, estejam atentos.













Este é o novo livro de Diogo Mainardi: Lula é Minha Anta (edição Record). Para relembrar, o texto do próprio Diogo:
«Lula é meu. Eu vi primeiro. Agora todo mundo quer tirar uma lasca dele. Até os jornalistas que sempre o apoiaram. Chamam-no de ignorante. Chamam-no de autoritário. Como assim? Lula tem dono. Só eu posso chamá-lo de ignorante e autoritário. O resto é roubo. Roubaram Lula de mim. [...] Quem melhor definiu Lula foi o próprio Lula. Ele disse: "Não fui eleito presidente por méritos pessoais ou como resultado da minha inteligência". Eu, que sempre falei mal dele, fui obrigado a aplaudir. Ele realmente não foi eleito por méritos pessoais ou como resultado de sua inteligência. Há quem me acuse de ter motivos pessoais para amolar Lula.»
[FJV]

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