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A capa da Playboy deste mês (chegou ontem às bancas) é Claudia Ohana. O mesmo Joaquim Ferreira dos Santos esclarece, e reparem se isto não é literatura, a propósito do ensaio fotográfico que há 23 anos imortalizou a actriz como «uma versão púbica da Mata Atlântica»: «Nas laterais ela traz estilo pouco mais desbastado pelas queimadas, essa praga brasileira, mas ainda assim o arvoredo cresce pujante ao centro, subindo farto até quase a linha do umbigo, num equilíbrio ecológico que o Ministério do Meio Ambiente aprovaria.»
Chego ao Rio (com chuvinha e garoa, descansem, invejosos...) e descubro pela coluna do Joaquim Ferreira dos Santos (que acaba de publicar uma biografia de Leila Diniz!), no O Globo, que Maria de Medeiros está a fazer furor como cantora. Seja. Agora reparem: «Maria disse que as novelas brasileiras influenciaram até as relações entre os casais de Lisboa: "Agora, quando a portuguesa briga com o namorado, ela coloca a mão na cabeça e diz 'ah, estou muito confusa'."» Sabiam que isto era das novelas?
O Rio de Janeiro tem a oportunidade de se redimir e eleger um bom prefeito. Paes (PMDB) foi secretário-geral do PSDB e Gabeira (Verdes) tem o apoio do PSDB e é um adversário do lulismo. A derrota do bispo Crivella é a coisa mais saudável que aconteceu na política do Rio desde que os Garotinho saíram de cena. Gabeira para devolver o Rio aos cariocas.
Por estes dias: em Brasília, onde o céu escurece mais tarde.
A ler: o artigo de Francisco Seixas da Costa, no Estado de São Paulo, desfazendo o mito do nepotismo brasileiro como herdeiro do «nepotismo de Pêro Vaz de Caminha»:
« O pedido de Caminha, que se tornou num bordão referencial da ética pública brasileira, mesmo de quantos se não deram ao trabalho de ler o texto da Carta, passou a representar o exemplo tipificado de nepotismo, não obstante incontáveis contribuições posteriores terem ajudado a recortar, com bem maior sofisticação, essa histórica prática – e não apenas no Brasil, é claro. Para alguns, porém, a frase de Caminha permaneceu como um ferrete que terá marcado, por uma misteriosa eternidade, o DNA brasileiro, transformando-se numa herança ético-administrativa de raiz pecaminosa. Ela reemerge sempre como pernicioso ranço luso, nas horas em que a retórica de alguns oradores já esgotou os clássicos bebidos no “Reader’s Digest”»
O Primeiro Comando da Capital (PCC) e as suas ONG brasileiras. Aqui: «aproximar integrantes da organização de parlamentares, com o nítido propósito de interferir na elaboração de lei e de políticas públicas visando a afrouxar as punições a membros da cúpula da organização».
Frequentemente se ouvem, nas televisões e nas rádios, uns cavalheiros gabando com foguetes a actuação dos «jogadores com experiência» que «sacam uns penalties», «arrancam umas faltas» ou, pura e simplesmente, se valem da sua experiência para enganar o árbitro. Reinaldo Azevedo comenta o assunto a propósito das críticas de Lula a Robinho.
«Lula é meu. Eu vi primeiro. Agora todo mundo quer tirar uma lasca dele. Até os jornalistas que sempre o apoiaram. Chamam-no de ignorante. Chamam-no de autoritário. Como assim? Lula tem dono. Só eu posso chamá-lo de ignorante e autoritário. O resto é roubo. Roubaram Lula de mim. [...] Quem melhor definiu Lula foi o próprio Lula. Ele disse: "Não fui eleito presidente por méritos pessoais ou como resultado da minha inteligência". Eu, que sempre falei mal dele, fui obrigado a aplaudir. Ele realmente não foi eleito por méritos pessoais ou como resultado de sua inteligência. Há quem me acuse de ter motivos pessoais para amolar Lula.»[FJV]
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