Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


Tereza.

por FJV, em 19.01.09

Éramos da mesma idade mas de gerações diferentes. Ela chegou antes a vários lugares – a muitos livros e intuições. Tereza Coelho, que agora partiu, não foi apenas uma das nossas melhores jornalistas da área da cultura; foi também uma editora que mudou o mundo à sua volta. No ano passado morreram dois editores invulgares, corajosos e cultíssimos, que transformaram o mundo da edição, Rogério de Moura (Livros Horizonte) e Figueiredo de Magalhães (o genial criador da Ulisseia). De algum modo, é uma parte do mundo da edição que desaparece e fica mais pobre. Não podia ser de outra maneira: editar não é publicar livros. É chegar antes a vários lugares; aos livros, mas sobretudo aos livros que fazem falta a alguém que não é como nós. É escolher. É imaginar. Imaginar o mundo.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

Para lá do ressentimento.

por FJV, em 09.01.09

Muitas coisas se poderiam dizer sobre Bénard da Costa e o seu papel à frente da Cinemateca Portuguesa, que agora abandona. Uma delas tem a ver com a sua paixão pelo cinema (o seu olhar aproxima-se do cinema como um tigre amável, devorando-o sem crueldade), obviamente. Outra, com as suas escolhas para a programação, sempre discutíveis ou indiscutíveis – mas boas. A Cinemateca, graças a Bénard e às suas equipas, transformou-se num lugar essencial da nossa geografia cultural. Talvez ela precise de outro sangue, e Pedro Mexia é um nome capaz de renovar a casa. Eu lembro sobretudo os seus textos (sobretudo um deles, o mais notável e genial, intitulado «As Mamas de Jane Russell») e o seu sofrimento amoroso pelo cinema. E acho que ele merece a nossa homenagem. E o nosso respeito.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

Começa hoje.

por FJV, em 05.01.09

Hoje é o começo. Estivemos um mês à espera deste dia, o começo verdadeiro de 2009, com aulas e trabalho a sério. Pelo meio assistimos a toda a espécie de previsões e fizemos as nossas, preocupadas e desconfiadas. Também ouvimos discursos sobre como vai ser difícil o ano. Parece que vamos «entrar em recessão na economia», expressão que não quer dizer nada para os portugueses que atravessaram o último mês – e que julgaram, na sua inocência, que já estavam em recessão. O resto foi dito pelo Presidente, na sua mensagem de Ano Novo: gastamos mais do que produzimos. Significa que o aperto vai ser grande durante estes meses, com menos luxos, menos gastos, menos euforia. Os cépticos tinham razão, como sempre. O que não faz deles pessoas mais felizes: apenas estavam preparados.

 

***

Falamos demais sobre o ano que aí vem – desenhamo-lo como o ano de todos os perigos. Todas as nossas previsões são más, quer na política, quer na economia. É um cenário cinzento, triste, pouco dado para explosões de entusiasmo. Há quem veja nisso vantagens, como se a crise económica tivesse chegado para nos despertar de um optimismo doentio e sem suspeitas, cheio de computadores Magalhães e de novas tecnologias que nos poupariam o sofrimento, o trabalho e o estudo. Eram paraísos artificiais, promessas que não deviam ter sido feitas. Desde há anos que se juntavam as peças deste puzzle. O optimismo a todo o custo é a face visível de uma crise mais profunda, a do carácter. Todas as mudanças positivas nasceram em momentos de grandes dificuldades.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

Ano que termina assim.

por FJV, em 29.12.08

O governo termina o ano em baixa. Primeiro, com a suspeita de que o presidente da República não vai deixar passar o Orçamento sem uma palavra; depois, com uma mensagem de Natal muito dispensável, em que José Sócrates vestiu a pele de um propagandista em vez de se apresentar como um estadista em que os portugueses confiassem – falando da crise no plural. A questão do Orçamento não é inocente. O governo e o PS quiseram a guerra com o presidente, “pondo-o no sítio”. Cavaco, que é discreto e não gosta de cometer o mesmo erro duas vezes, não deixará o pobre orçamento à solta e à mercê de operações de propaganda ou de “contabilidade política”. Os eleitores, na verdade, podem não confiar na oposição – mas começam a descrer de um governo que os trata como ignorantes ou patetas.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

Os velhos, sempre.

por FJV, em 24.12.08

Segundo parece, o “jantar de consoada” é cada vez mais encomendado de fora ou servido nos hotéis. Nas sociedades tradicionais, as festas tradicionais são essencialmente domésticas, caseiras, familiares – e Portugal está a mudar de hábitos. Não vem daí grande mal, a não ser a revelação de que as pessoas já não sabem nem gostam de cozinhar. Ou não têm tempo para isso, porque trabalham muito. Também não têm tempo para os seus velhos, e isso é mais grave: por esta altura, há famílias que entregam os seus velhos nos hospitais e dão, em troca, números de telefone falsos para não serem incomodados. Uma sociedade sem generosidade nem compaixão, fria e sem paciência – e com vergonha dos seus velhos, que incomodam e relembram que todos morremos e envelhecemos. É um retrato abjecto.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

Palavrório.

por FJV, em 23.12.08

Vejamos. Portugal não é diferente dos outros países em matéria de excesso de palavrório. Mas é uma pena que, no meio de tanto discurso, declaração, comissão parlamentar de inquérito, audições e audiências, se percam às vezes coisas que valia a pena reter. António Ribeiro Ferreira fala do assunto na sua crónica de ontem, no CM. Por exemplo, o Procurador-Geral da República afirmou no Parlamento que o senhor Governador do Banco de Portugal foi alertado para uma grande fraude internacional que envolvia o BPN. Quando? Há quatro anos. Devia o BP estar de sobreaviso? Sim. Esteve? Não. O Procurador disse também que não tem meios para investigar crimes de corrupção. Ao ouvir isto, os deputados o que fizeram? Peocuparam-se? Não. Mas devem estar a nomear uma comissão de inquérito.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

A indústria da crise.

por FJV, em 22.12.08

A “indústria da crise” está em grande actividade. Em momentos politicamente difíceis – ou ‘complexos’ – a palavra “crise” é ambivalente. Serve para a oposição e serve para o governo. Vacinados contra o queixume, os eleitores já não se deixam embalar pelo discurso mais fácil que brada por soluções evidentes e quer aplicar receitas milagrosas. Pelo contrário, detectam nos outros a sua própria malandrice. Desconfiam – e fazem bem. Assistem, com a ironia disponível, ao festival dos membros do governo que mencionam “a crise” para justificar a maior parte das medidas de carácter político excepcional. A “crise” é real – mas é também uma muleta para quem já não pode cumprir mais promessas. Em 2009 a “crise” vai justificar tudo. A maioria vai aceitar. Mas sabe que está a ser enganada.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

75 por cento.

por FJV, em 19.12.08

Houve um tempo de completa indigência nas escolas. Uma parte da “classe” safava-se como podia e fazia o papel do funcionário público previamente cansado, evitando o trabalho, aproveitando o artigo 4.º, subindo com diuturnidades e antiguidades, gozando férias prolongadas, recusando avaliações e formação. Com o tempo, a coisa mudou. A escola era vigiada e, ela própria, exigia mais atenção. Ontem, um estudo mostrava que 75 por cento dos professores escolheria outra profissão. É um bico de obra. Não se pode ter uma escola pública de qualidade com o actual ambiente de desconfiança. Por um lado, tem de haver mais exigência e mais rigor; por outro lado, os professores não podem ser tratados como sentinelas de aula ou funcionários do Ministério. É esse o dilema dos dias de hoje.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Limpinho.

por FJV, em 18.12.08

Manuel Alegre diz que quer tudo limpinho: “Que as forças conservadoras se assumam e que a esquerda seja esquerda.” Nada mais simples. O retrato desse mundo vem nos manuais, explicado com clareza e ilustrado por esquemas providenciais que mostram duas cores distintas – a da esquerda e a da direita. Infelizmente, essa realidade a duas cores está longe do espectro em que as pessoas se movem: aqui e ali contam mais as tonalidades, as sombras, os declives e até as aparências. Geralmente, queremos que os outros sejam como achamos que eles devem ser. Mas o problema é que a realidade, muito sacana, vem atrapalhar tudo e encher a vida de surpresas. No caixote de lixo da história e da política há bastantes desses manuais feitos para gente simples; alguns nem para reciclar são úteis.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Sapataria.

por FJV, em 17.12.08

Alguns jornais interrogavam-se, ontem, sobre se Muntadar al-Zaidi, o jornalista iraquiano que atirou um sapato a George Bush, era um herói ou um delinquente num país onde heroísmo e delinquência se cruzam várias vezes por dia. Trata-se, portanto, de uma pergunta deslocada, até porque um sapato não é propriamente uma pedra – e tem mais graça. Mas é um sapato. O gesto corre o risco de virar moda, se bem que as pessoas não achassem tanta graça se o sapato atingisse a cabeça de Hugo Chávez ou de Lula da Silva, ideologicamente protegidos contra o arremesso. Cada sapato tem a sua ideologia. E, desculpando-se o gesto hoje, quem sabe se não o justificaremos amanhã. Mesmo que o sapato de Muntadar al-Zaidi sirva apenas para mostrar que o presidente americano não passa de um alvo.

Autoria e outros dados (tags, etc)

O capital.

por FJV, em 15.12.08

 

Alberto João Jardim acha que há “grupos dentro do PSD” que querem a vitória de José Sócrates para poderem, diz ele, “defenderem os seus interesses económicos”. Não é grande novidade. Para retomar um lugar-comum de séculos, o capital não conhece pátria nem se empata com minudências. Pode ser cruel, mas não deixa de ser verdade. Os “interesses económicos” vêem os tempos de crise a flutuar no horizonte e fazem contas aos milhões de euros que Sócrates anunciou para “apoio à economia”, aos pacotes de “incentivos fiscais” e às “linhas de crédito” que se anunciam – seja lá o que isso for. O pequeno capital lusitano é obrigado a pagar o crédito com o seu silêncio. Jardim esbraceja, como é seu hábito, mas tem razão. Não porque lhe valha grande coisa, mas porque as coisas são como são. Vem nos livros.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Smoking again.

por FJV, em 12.12.08

 

Um dos novos desportos para preencher o vazio da cabeça é o de vigiar os hábitos de Barack Obama, como o de fumar. Os parvinhos elegantes, de ideologia tetraplégica, e as tias do século passado ficaram embasbacados com a novidade – Obama fuma; como é que ele vai fazer na Casa Branca, onde não se pode fumar? Naturalmente, vem até à porta das traseiras onde escapará dos moralistas. Interrogado pela imprensa, o presidente americano lá se justificou: “Mas olhem que tento ter uma vida mais saudável...”  Para começar, estar no poder não é nada saudável. Depois, desde que inventaram os políticos com “uma vida saudável” que deixámos de ter bons políticos. Um bom político precisa de um certo suplemento de vício. Olhem para a União Europeia e confirmem: saudáveis, sim, mas uma merda.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

Centrão.

por FJV, em 04.12.08

Quando Cavaco abandonou o governo, em 1995, estava farto do PSD. Quando Guterres deixou o governo em 2001 queixou-se “do pântano”, e estava também a falar do seu partido. Treze anos depois, Cavaco continua farto do PSD e Guterres distante de um regresso à vidinha no PS. Periodicamente, há gente que se afasta e deixa no ar suspeitas sobre “o pântano” ou sobre “a política”. Em qualquer dos casos queixam-se do “centrão”, uma espécie de “organização secreta” que deixa a sua marca em todos os grandes negócios do regime e que dilui todas as diferenças entre os dois maiores partidos do sistema. Só assim se explica que Dias Loureiro tenha elogiado Sócrates na apresentação de uma biografia do primeiro-ministro e que as presidências dos bancos sejam ocupadas com um emblema ou outro.

Autoria e outros dados (tags, etc)

CR 7

por FJV, em 03.12.08

O problema de Cristiano Ronaldo é que, há uns anos, um futebolista era um futebolista. Hoje em dia, é muito mais coisas: fala com abundância, conhece e pratica com senhoras, colecciona carros, não tem juízo nenhum em público. Mesmo assim, Cristiano Ronaldo é Cristiano Ronaldo e gostamos dele ou não – sendo ele como é. Os estetas acham-no de pechisbeque porque nunca escondeu a família, a vulgaridade ou a ambição. Preferiam-no cantor de ópera, sofisticado, mas ele é futebolista e ganha muito dinheiro. É o primeiro da sua família (humilde, simples) a ganhar dinheiro e a saber que é bom no que faz – e não tem vergonha. Com o tempo, talvez melhore e se torne mais discreto. Mas tem direito à sua euforia de miúdo: é o melhor do mundo com a bola nos pés. O que irrita os invejosos.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

Sócrates, elegante.

por FJV, em 01.12.08

Ontem, o diário 'El Mundo' escolhia os homens mais elegantes do ano – e entre eles, apenas atrás de Karl Lagerfeld (uma múmia), de Roger Federer, Barack Obama, Brad Pitt, ou do príncipe Haakon (da Noruega) e à frente de Jude Law, de Sarkozy ou do príncipe Carlos, estava José Sócrates. O sexto mais elegante do mundo. É uma distinção e tanto. Mundana, sim – mas uma distinção. Sisudo na foto, talvez isso seja uma das razões a sua popularidade, como diz o jornal, que acrescenta: «Os portugueses respeitam o homem rigoroso, com fatos escuros Armani.» Pode ser. Por isso, a sua ministra da Educação escusava de considerar 'tocante' o caso do aluno que – depois de receber um computador Magalhães – lhe escreveu a dizer que quer inscrever-se no PS. Isso não é elegante. Nem tocante.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

Homens de negócios, juízes na Bolívia.

por FJV, em 24.11.08

As coisas devem ser feitas em grande. E nós, portugueses, que não poupemos nisso. Dias Loureiro contou na televisão que conheceu El-Assir, que o apresentou ao rei de Espanha para jogar golfe e, depois, a Bill Clinton. Os banqueiros e a finança têm os seus contactos, como se sabe. Um traficante de armas, um presidente, um rei – fazer negócios é ter influência para abrir portas aqui e ali, tanto no Banco de Portugal como nos corredores da política. É assim o mundo. Mas, ao que parece, também imitamos outros velhos hábitos. Por exemplo, veja-se o caso de um juiz cuja casa foi assaltada – os meliantes deixaram uma arma junto a foto do filho, como ameaça. A sua mulher também foi alvo de uma tentativa de atropelamento. Como em outros casos, a realidade tenta sempre imitar a ficção. Mesmo que seja na Bolívia.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

Abraços a Chávez.

por FJV, em 19.11.08

A vida é como é e nada impede o governo português de negociar com a Venezuela; preferia era que o meu governo não andasse aos abraços com o arrivista de Caracas, o homem que ameaça e chantageia os venezuelanos durante a campanha eleitoral que termina esta semana. Chávez ameaça as regiões “rebeldes” com tanques e cortes de verbas, usando dinheiros públicos para promover os seus candidatos, para não repetir os resultados desfavoráveis do referendo com que pretendia ser nomeado ditador. Uma das novidades, desta vez, foi a promessa de prender pessoalmente os opositores e de incendiar as câmaras da oposição. Se é preciso petróleo venezuelano, pois que se compre – e que Sócrates se reúna com Chávez. Mas, repito, evitem as cenas de abraços amorosos e cúmplices diante das televisões.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

 

P.S. Já imagino o discurso de Alberto Martins sobre a falta de cultura cívica...

Autoria e outros dados (tags, etc)

Ovos sobre a política.

por FJV, em 19.11.08

Acho que não se devem atirar ovos à Ministra da Educação. Acho um comportamento impróprio, como também achei que era abjecto andar a mostrar o rabo a Manuela Ferreira Leite quando esta era Ministra da Educação. Grande parte da esquerda, “rebelde à força” ou por profissão, defende que se devem atirar ovos quando os políticos são de direita; mas defende o respeitinho quando se trata de governantes de esquerda. Penso nisso quando me lembro de políticos que defenderam as ofensas (eram “criativas e revolucionárias”...) a Ferreira Leite ou que atravessavam, sem pagar, a ponte sobre o Tejo. Hoje, vejo-os no outro lado, mostrando um imenso tédio diante da chuva de ovos de Fafe. Os tempos mudam, as pessoas também. Eis por que razão se deve ter tento na língua e cuidado nos actos.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

Comissão Europeia: «Uma nova era para os pepinos curvos e as cenouras nodosas.»

por FJV, em 13.11.08

É um documento notável e maravilhoso. De acordo com uma directiva da Comissão Europeia, espécies hortícolas e frutícolas, como damascos, espargos, beringelas, feijões, couve-de-bruxelas, cenouras, couve-flor, cerejas, pepinos, alhos, repolhos, melões, cebolas, ou espinafres poderão passar, finalmente, ser vendidos em formatos ‘deformados’. Já outras espécies, malévolas, irregulares e desobedientes, como maçãs, kiwis, alfaces, pêssegos, morangos e tomates terão de se apresentar com os tamanhos que a comissão define no gabinete. Segundo a comissária da agricultura (a sério), é “uma nova era para os pepinos curvos e as cenouras nodosas”. Os nossos quintais rejubilam, eufóricos, ao verem que Bruxelas continua a meter os legumes na ordem. E os cidadãos festejam por não lhes alterarem o calibre dos tomates.

 

 

Chamo ainda a atenção para esta notícia: «O Banco Alimentar de Luta contra a Fome esteve impedido este ano de distribuir frutas e legumes a quem recorre aos seus serviços para poder comer porque não está autorizado a distribuir frutas e legumes que não cumpram os parâmetros de tamanho e cor impostos pela União Europeia.»

 

 

Adenda: o boneco do Pedro «Irmão Lúcia» Vieira:

Autoria e outros dados (tags, etc)

Chumbos.

por FJV, em 31.10.08

O Conselho Nacional da Educação vem propor que acabem os chumbos até ao 9.º ano – é uma medida e tanto, que o Sr. Secretário de Estado Valter Lemos festeja com as mãos ambas, uma vez que parece ser ele o encarregado de velar pelas estatísticas. Acho que o Sr. Secretário Lemos está a ser modesto em matéria de “mecanismos de alternativa a chumbos”. Defendo que, na hora do baptismo, perdão, no registo civil, seja atribuído logo o 9.º ano a cada pequeno cidadão. Assim, evitam-se logo os chumbos. Parece, além do mais, que o chumbo é visto como uma tentativa de responsabilizar os alunos e os pais, o que – no entender do Sr. Secretário Lemos e do sempre espantoso Albino Almeida, da confederação dos paizinhos – não pode acontecer. Sim, de facto, onde é que isto se viu? Na Finlândia?

[Da coluna do Correio da Manhã.]

Autoria e outros dados (tags, etc)


Ligações diretas

Os livros
No Twitter
Quetzal Editores
Crónicas impressas
Blog O Mar em Casablanca


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.