Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Sitiados.

por FJV, em 19.03.20

Vivi um estado de sítio; agora, um “estado de emergência”. O diploma presidencial é moderado e dá respaldo jurídico a medidas mais incómodas para a generalidade dos portugueses. Não põe em causa as liberdades fundamentais, tirando aquelas que têm a ver com as circunstâncias que atravessamos e que, por si mesmo, já nos limitavam antes da entrada em vigor do “estado de emergência”, sobre o qual ontem, no Twitter, alguém perguntava: “Querem regressar a 1973?” Como se o “estado de emergência” instaurasse “o fascismo”. Respondi que não – mas que queria viver em 2021. Hoje, ao meio-dia, o número de infetados irá subir mais um pouco; a sensação de irrealidade será lentamente substituída pela da vida suspensa; só que a vida está mesmo suspensa. O que mais me aflige é, no entanto, a vida real das pessoas mais frágeis e das pequenas empresas que atravessarão dificuldades económicas – a ambas é necessário providenciar apoio. O isolamento trará consigo, também, um “estado de sítio” psicológico de consequências imprevisíveis. Sitiados, só podemos estar em guarda. Pelo menos por 15 dias.

Da coluna diária do CM.

Autoria e outros dados (tags, etc)




Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.