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A Imprensa Nacional tem vindo a publicar a edição crítica das obras de Camilo Castelo Branco, de que acaba de sair Coração, Cabeça e Estômago, uma joia dos seus romances (com edição de Cristina Sobral e Ariadne Nunes). A primeira versão saiu em 1862; dois anos depois sai a “segunda edição melhorada” pelo próprio autor. No título, Coração, Cabeça e Estômago dizem respeito a fases diferentes da vida do protagonista, o Sr. Silvestre da Silva, e o livro é uma espécie de telenovela da época a partir dos manuscritos do próprio Silvestre, que, diz Camilo, “careciam de serem adulterados para merecerem a qualificação de romance”. É de génio. 160 anos depois, uma pessoa lê e fica convencida: Camilo é um talento raro, a história é de um humor que nos perde a cada página, as personagens repetem quadros da história da pátria e do sentimentalismo pacóvio que tanto nos caracteriza, bem como do gosto atrevido pela tragédia, pela honra desfeita e pelos amores improváveis (o de Silvestre por Tomásia, muito tontinha). Se puderem, leiam – é tempo bem empregue, folhear o nosso maior romancista.
Da coluna diária do CM.
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