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Quando o papa Francisco foi eleito, a extrema-esquerda tratou de inventar “ligações” do novo papa Francisco à ditadura argentina, à direita mais cavernícola e à multiplicação de pobres na América Latina. O Bloco de Esquerda praticou esse desporto de tiro-ao-papa com grande compenetração, usando e abusando da mentira (os textos ainda estão no seu site). Sobre o papa Bento XVI não foi preciso esperar pela extrema-esquerda: era lugar comum que, talvez por ser alemão, teólogo, moderado, pouco popular e não dançar no terreiro do populismo, Ratzinger era um nazi dissimulado, e a lista de horrores era atroz. Não sendo católico, sempre tive simpatia por este homem discreto e cultíssimo, um teólogo amável e informado – ele não estava vocacionado para “transformar a igreja”, mas para a fazer regressar a uma autenticidade que os tempos atuais desprezam e tornam impossível. Talvez um dia se perceba como Bento XVI era uma luz indefesa no Vaticano, sitiado entre dois fogos. Há textos seus, notáveis, que transportam esse brilho fora de moda, impopular, iluminando a busca por um Deus que fala.
Da coluna diária do CM.
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