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Queimar livros em nome de um pais mais inclusivo.

por FJV, em 10.09.21

A província do Ontário, no Canadá, é a terra de Alice Munro, Prémio Nobel da Literatura, ou de Margaret Atwood, que podia ter sido. Mas também é a terra onde em 2019 – só se soube agora – foram retirados das bibliotecas cerca de 5000 obras “que perpetuam estereótipos” e são hoje consideradas moral ou politicamente incorretas, incluindo álbuns de Tintin, Astérix ou Lucky Luke, além de muita ficção indiscriminada e enciclopédias. Para assinalar a bela ideia, o Conselho Escolar Católico Providence, que agrupa 30 escolas, organizou mesmo uma “cerimónia de purificação pelas chamas”, queimando alguns livros “que têm imagens negativas de povos indígenas”. O que se obteve em troca? Enterrar “as cinzas do racismo, da discriminação e dos estereótipos” a fim de caminhar “para um país mais inclusivo”. A responsável pelo festim acrescentou, otimista: “As pessoas entram em pânico e ficam chocadas com a queima de livros, mas estamos a falar de milhões de livros que são realmente condenáveis e perigosos.” É uma ideia e tanto. Mas, infelizmente, já não caem picaretas do céu quando precisamos delas.

Da coluna diária do CM.

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