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A palermice em que anda a discussão em torno do Acordo Ortográfico exige que se tomem decisões rápidas. A mais recente proposta veio do congresso dos deputados, no Brasil, onde umas luminárias decidiram propor o fim de toda e qualquer filiação etimológica, retirando ‘h’ não pronunciados e transformando a ortografia numa dependência aleatória e analfabeta da fonética – resultados da “linguística estrutural oral” dos anos setenta e do populismo “anti-elitista” que afoga o sistema escolar brasileiro. Esta procissão de doidos, libertados para a arena sem qualquer atestado de sanidade, ameaça tornar irrelevante todo e qualquer respeito pelos dicionários, pela gramática, pela lógica, pelo bom senso – e, finalmente, por uma língua milenar. Com o Brasil e Portugal a viverem em festa e depressão eleitoral, o cenário é pouco propício a tomarem-se decisões ponderadas. Mas pelo menos que se amordacem os patetas.
[Da coluna do Correio da Manhã]
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