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Há sempre muitas más respostas quando nos perguntamos sobre a forma de criar mais leitores em Portugal. Ao contrário do que dizem os otimistas, os números são maus. As últimas estatísticas sobre os hábitos de leitura do Eurostat colocam-nos no fim da lista; atrás de nós, apenas a Roménia e a Turquia; são números de 2019 – mais de 40% dos portugueses lê apenas, no máximo, um livro por ano. A sensação de que é necessário “fazer alguma coisa” esbarra sempre com o “otimismo do melhor dos mundos” e com o linguajar dos que foram destruindo a escola pública e o ensino das humanidades com o alívio do Estado. Outro dia, numa conversa mais ou menos informal acerca de livros & leitura, alguém perguntou ao orador “como se tinha transformado num bom leitor”. Ele respondeu, com uma clareza notável: “Bom, porque fui obrigado a ler livros até à idade adulta.” Depois da falência do Plano Nacional de Leitura, uma salgalhada, até à destruição da leitura como disciplina escolar, há aqui muito para pensar.
Da coluna diária do CM.
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