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Monumentos, memoriais, fachadas, mamarrachos, pirilaus desconformes – tudo serve às autoridades para, com intuitos comemorativos e pré-eleitorais, tornar mais hedionda a paisagem urbana portuguesa. Portanto, por que razão miserável as autoridades (sempre tão lestas para inaugurações com banda e farnel, para deixar lá a plaquinha) não foram a Pedrógão assinalar o memorial às vítimas dos incêndios de 2017? Porque mesmo os filisteus mais presumidos e pispirretas têm um justificado sentimento de culpa. Chamei-lhe “razão miserável” – e é pior do que isso. Esta é uma gente sem memória, sem gratidão, sem honra e sem empatia que, quatro anos depois, esquece o que prometeu nunca esquecer. Por mim, não esqueço que logo a seguir à desgraça de 2017 um ministro tratou de lavrar “a maior reforma da floresta desde D. Dinis”. Uma palhaçada. Das árvores comemorativas que plantaram, nem uma sobreviveu à fantochada. O que sobrou de Pedrógão é obsceno e triste. Até a forma como se esqueceram é uma nódoa na paisagem.
Da coluna diária do CM.
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