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A história do regime e dos seus terratenentes passa por pequenos episódios. Em 2012, por exemplo, levantaram-se dúvidas sobre o valor autêntico da coleção Berardo e sobre se ela teria sido, afinal, dada pelo proprietário como garantia para certos empréstimos ruinosos contraídos na banca (compra de ações do BCP, supõe-se). Como a operação do Museu Berardo no CCB foi decidida “ao mais alto nível” (de onde resultaram condições muito favoráveis para o empresário), as suspeitas eram explosivas e deviam ter encontrado eco e serem seguidas. Não. As pessoas “amigas do regime” (além das vozes de certos bancos), que coloriam o glamour da época, explodiram, sim, mas em defesa de José Berardo, grande amigo do socialismo e da arte: no fundo, tratava-se de mais um “ataque à cultura” e o comendador, coitado, levava por tabela. O episódio é surreal, mas verdadeiro. O CM de ontem diz que, afinal, três bancos querem agora a coleção Berardo para poderem negociar a dívida. Chegaram tarde, provavelmente. A menos que o regime também abandone os seus filhos mais diletos que tantos favores lhe fizeram.
Da coluna diária do CM.
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