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Os portugueses gostam de desporto? Duvido. Gostam dos seus clubes de futebol – ao ponto de acharem que todos os anos têm de ganhar o campeonato. A vitória de Portugal no Euro, em vez de acalmar as exigências, potenciou ainda mais a estultícia, que passou para os Jogos Olímpicos, razão por que ainda se discute o quão fraca foi a nossa participação – porque, lá está, «devíamos ter trazido meia dúzia de medalhas». Falta-nos reconhecer que as vitórias nos Jogos têm a ver com sacrifícios individuais, com esforços nem sempre recompensados, com disciplinas impopulares. Muitas das modalidades são tudo menos espetáculo, o mal absoluto que hoje devora tudo. Os heróis da canoagem, taekwondo, corrida, salto, vela, ténis de mesa, talvez não precisem de mais dinheiro, como por aí se diz, mas de mais competição, mais sacrifício ainda, mais atenção e apoio. Muitas vezes são heróis solitários e desconhecidos. E sim, tivemos uma participação decente. Não por sermos «os maiores» (não somos). Mas porque um punhado de raparigas e rapazes se esforça bravamente.
[Da coluna do CM]
[Desculpem ter publicado uma foto de Patrícia Mamona, mas é irresistível.]
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