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Tendo, como tenho, muitas dúvidas sobre a instituição de quotas e de discriminação positiva de comunidades por raça ou género, pergunto-me (depois de passar uma tarde inteira em salas de espera de hospitais) onde estão estas pessoas representadas: asiáticos vindos da Índia ou da China, gente do Médio Oriente ou de África, brasileiros ou europeus do Leste — não no futebol ou na música, mas na política, por exemplo. Ao passar uma vista de olhos pelas listas de candidatos às autárquicas, qualquer um vê que esse défice de representação se deve sobretudo aos partidos políticos — não como “bandeiras da moda” (repetindo banalidades da bolha académica), mas em nome de pessoas reais que fazem os nossos bairros urbanos e suburbanos, as nossas escolas e empregos de gente invisível que paga os seus impostos e se integra, mal ou bem (mas sobretudo bem) no país onde vive. A lengalenga sobre migrantes não pode fazer esquecer essas pessoas reais, de várias origens, batalhadoras, que os partidos deviam também ouvir. Não, não é preciso mais uma lei — só mais inteligência e uma visão deste país.
Da coluna diária do CM.
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