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Deus nos livre de comentar as doutíssimas palavras do juiz Neto Moura (que se tem distinguido por desvalorizar agressões de violência doméstica). Acontece que nessas sentenças há parágrafos, passagens, frases notáveis, e não me refiro a matéria jurídica; são esses pedacinhos que me preocupam, não a sua conformidade ou concordância com a lei. Digamos, entre nós, que um parágrafo do meretíssimo Neto Moura há de estar de acordo com os códigos (por isso ele é juiz) – pode é não estar de acordo connosco, espécie humana. Por exemplo, num texto que ontem li, o juiz Neto Moura desagrava a sentença de um tribunal de Matosinhos que condenara um sujeito a usar pulseira electrónica (e três anos de pena suspensa) depois de ter agredido gravemente a ex-mulher e de, consequentemente, a ter ameaçado de morte. Para o Dr. Neto Moura a pulseira é um exagero, bem como a pena em geral: o energúmeno podia perfeitamente aproximar-se da ex-mulher passado um ano de lhe ter aplicado uns murros. A justiça da espécie humana é que não se aproxima, nem um pouco, da do Dr. Neto Moura, o que é uma pena.
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