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Há coisas que não voltarão a ser as mesmas: a forma como olhamos os outros. Como nos comportamos em público (mesmo se o fizermos mal). Como olhamos a nossa casa. Como recordamos os que amamos. Como amamos os que amamos. E também como, apesar de tudo, julgaremos a fragilidade das coisas – da saúde, da vida humana, dos laços pessoais. Esperamos que as ruas sejam mais limpas e que as autoridades não poupem nessa matéria. Que tenhamos mais tempo para não errar de novo e nos julgarmos invencíveis. Talvez, daqui em diante, alguns de nós passem a usar máscara quando estiverem constipados ou com uma “simples gripe” – em sinal de respeito pelos outros. Vão respeitar-se mais as filas nas lojas e nos serviços. Talvez alguns tenham readquirido o prazer de estar em casa, mas também vamos dar mais valor a estar fora de casa, a respirar o ar do jardim, o ar do mar, o ar da rua. Vamos respeitar mais o papel dos médicos, dos enfermeiros, das pessoas que nos atendem nos hospitais. Iremos, talvez, ser menos tolerantes para com aquilo que julgávamos normal – e não era. A lista é grande.
Da coluna diária do CM.
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