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São dois retratos apaixonantes: o do sultão otomano Mehmet II, o Conquistador, por Gentile Bellini, e o de Solimão, o Magnífico (1494-1566), califa e 10.º sultão otomano, por Ticiano. Este último é um prodígio de estranheza – pela luz, cor, pelo volume e até pelo facto de assinalar a aliança franco-turca, outro marco histórico. Neste lado do planisfério sabemos pouco acerca do domínio de Constantinopla sobre o mundo da época, controlando todo o Mediterrâneo, largas porções da Europa e da Ásia – e ignoramos, assim, que passam hoje 500 anos sobre a sua ascensão ao poder depois da morte de Selim I. Sultão aos 26 anos, líder de 25 milhões de súbditos, Solimão distinguia-se dos seus pares europeus: estudara as “artes militares”, mas também teologia e história, astronomia e teologia ou direito. Talvez por isso teve gestos de tolerância com judeus e criou bibliotecas, tanto como mesquitas, hospitais e um sistema legal civil independente da lei do Islão. 500 anos. O mundo não existe só deste lado. Se o conhecêssemos melhor, lidaríamos melhor com as suas perplexidades.
Da coluna diária do CM.
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