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Esta fotografia é importante. O apoio dos evangélicos de Edir Macedo a Bolsonaro não me comove nem enjoa – é banal e esperado, os patifes apoiam-se uns aos outros. Antes de Bolsonaro, Edir Macedo foi um suporte importante de Lula. Aliás, Lula percebeu que estava perdido quando Edir Macedo deixou de atender-lhe o telefone.
Os países são aquilo em que se transformam – e o Brasil ameaça transformar-se naquilo que conseguiu não ser até agora, ou seja, uma vasta república sul-americana onde os caudilhos, patifes e pusilânimes podem chegar ao poder central. Antes e depois da ditadura militar (que terminou de forma trágica, com um presidente – Tancredo – que não chegou a ser), ninguém como Bolsonaro, um fanfarrão encartado, ameaçou chegar a Brasília. Muitos como ele (e outros piores, convenhamos) espalharam-se aqui e ali, em prefeituras e governos estaduais – mas a presidência acabaria sempre nas mãos de alguém que conservava o mínimo de senso. A casta dos poderosos brasileiros é uma das mais imbecis da espécie; e a esquerda local, afilhada do PT, vive entre o corrupto leninismo tupi e o folclore dos anos sessenta. Bolsonaro emerge como o chefe de gangue que quer “pôr o país na ordem” – não será eleito na segunda volta, mas forçará a eleger o mal menor. O tempo não é dos moderados (na esteira de Fernando Henrique), mas a culpa é também deles por terem deixado que os demónios emergissem desta maneira.
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