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Duas despedidas tristes: a de Paulo Tunhas (1960), filósofo, cronista, poeta, professor; e a de Luís Carmelo (1954), romancista, professor, poeta, ensaísta. Conheci o Paulo, que então trabalhava com o filósofo Fernando Gil (1937-2006) e fiquei imediatamente seduzido pelo seu humor, pela erudição, pelo seu gosto literário – cheio de clássicos, de riso e de boa vida. Era um excelente cronista (no Observador) e um homem curioso, cheio daquela tranquilidade heterodoxa que transporta uma sabedoria inquieta e minoritária. Todas as palavras serão poucas para dizer quanta falta vou sentir do Paulo. Agora, morreu o Luís Carmelo, que comecei por ler em dois romances como Cortejo do Litoral Esquecido (1988) e No princípio era Veneza – a lista das suas obras, distribuídas por ficção, poesia e ensaio, bem como dos cursos que dava e das inquietações que transmitia, é vastíssima e de grande qualidade. No meio do ruído das coisas, estas ausências notam-se com mais dor e uma rara sensação de perda.
Da coluna diária do CM.
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