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Não entendo os protestos contra a fiscalização das praias para verificar se os vendedores de “bolas de Berlim” passam a respetiva fatura – nem o dos cínicos que se riem da intenção de o Estado penalizar os imóveis que recebem mais luz solar, ou têm vista sobre a polinização dos jardins. O dever do Estado é o de ter o seu rebanho vigiado. E o seu rebanho são os contribuintes, que devem ser apascentados com magnanimidade mas rédea curta. Os contribuintes que fazem sexo numa praia, altas horas, deverão ser obrigados pelos fiscais a apresentar a fatura do preservativo, caso usem (se não usarem devem fazer prova, à vista); de contrário, coito interrompido. E mesmo no aconchego do lar, o fisco tem uma palavra a dizer sobre os delírios privados. É isto difícil? Talvez, porque os portugueses são manhosos e comem croquetes não faturados. O que se resolveria se cada cidadão estivesse acompanhado, durante boa parte do dia, e da noite, por um fiscal do Estado – ele controlaria tudo (ah, que base de dados!) e cobraria na hora. Ou o contribuinte apresenta a fatura – ou o fiscal leva a cabeça debaixo do braço.
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