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Nicolau de Cusa (por ter nascido em Cusa, Kues, não muito longe da atual Mainz, Alemanha) morreu há 520 anos em Itália. Nos tópicos de história da filosofia das nossas escolas ele aparece muito raramente, mesmo quando se invoca o princípio da “douta ignorância”, título de uma das suas obras (de 1440). Antes do cisma protestante (as “Teses” de Lutero são de 1517), Nicolau já estava entre dois mundos, depois de ter escrito um tratado – ignorado – sobre a necessidade de mudar a igreja do seu tempo. O mais fascinante na sua obra é, porém, o apelo à razão e, simultaneamente, o fascínio pelo incompreensível e pelo desconhecido: Deus era, para Nicolau (que, além de teólogo, era físico e matemático), essa matéria sem geometria, sem designação e sem centro. A sua cosmologia era, por isso, revolucionária para a época; tinha a ver com os sonhos – se o mundo era infinito e desconhecido como poderia ter um centro?
[Da coluna do Correio da Manhã]
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