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Nem um cigarro na Turquia.

por FJV, em 14.09.16

Abençoada Turquia – ao pé dela, os pataratas que elaboraram a nova e prometida lei inconstitucional do tabaco, são aprendizes. Eles, os clones de Recep Tayyip Erdogan, sabem como se faz: ataca-se pela raiz. Ainda antes do golpe, houve um vice-ministro do governo, um tipo bigodudo, que mostrou o caminho: as mulheres deviam abster-se de rir em público. O riso é a antecâmara do diabo e uma mulher a rir desrespeita o profeta, um homem sério e hirsuto. Se não se pode rir, então imagine-se fumar (o Islão, devagarinho, atira-se à música, como se sabe – proibida pelos sunitas com decoro). Mas a coisa vai passo a passo: por um lado, a Turquia negoceia uns milhões com a UE; por outro, vejam bem, mandou cancelar as representações teatrais que encenavam autores não turcos, como Shakespeare, Tchekov ou Brecht. O vice-presidente dos teatros nacionais, Nejat Birecik (que não tem bigode, mas tem ar de fuinha), diz que a medida visa promover a cultura turca. Já foram encerradas 29 casas editoras de livros. Nada de risos; vão aparando os bigodes e tirando o niqab da naftalina. Um dia isto acaba e não sobra nem um cigarro para queixumes.

 

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