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Como seria ela hoje? Os seus olhos. O seu riso. O busto, claro. As suas curvas. A leviandade maravilhosa. O fragmento de seda. Poderíamos continuar, eu poderia continuar, a enumerar qualidades e delírios sugeridos por Marilyn Monroe, que hoje festejaria 90 anos (morreu em 1962). «Tive um arrepio», disse Billy Wilder sobre o momento em que a conheceu: «Ela tinha qualquer coisa que eu não via desde o cinema mudo.» Todos nós – homens, mulheres – suspeitamos do que se trata: um choque, um espanto, uma surpresa diante de tudo aquilo. Não, não vale a pena desvalorizar a sua beleza, nem a sua falsa e comedida inocência, nem as várias tragédias que interpretou na sua vida privada, em tão forte contraste com a frivolidade dos papéis no cinema. Marilyn há de ser sempre uma das figuras centrais da nossa mitologia, a memória fotográfica de um século em desaparecimento constante. Há pouco revi Clash by Night, de Fritz Lang: já me tinha esquecido de como aquela inocência fora, mesmo, inocência. E antecâmara da tragédia. 90 anos, imaginem. Escusam de fingir que vos é indiferente.
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