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Maio 68, discussões.

por FJV, em 14.05.18

O livro de Régis Debray, Maio de 68. Uma Contrarrevolução Conseguida (D. Quixote), é uma releitura dos acontecimentos de há 50 anos em Paris. Tanto podia ser assinado por um herdeiro de um partido comunista tradicional, como por um conservador desiludido, sem ilusões sobre o sentido da história e das suas vitórias. Sobretudo, contraria o discurso oficial e comemorativo em vigor (o texto original, de 1978, intitulava-se sugestivamente Modesto Contributo para os Discursos e Cerimónias Oficiais do Décimo Aniversário, prevendo a banalização e apropriação da data), que assinala a “dimensão festiva” dos acontecimentos de 1968. A tese é exposta de forma clara, mas está cheia de contracurvas: longe de ter contribuído para a libertação dos indivíduos e da sociedade, o Maio de 68 levou à glorificação do “instante”, das pulsões individuais, do consumismo e da “euforia da opinião”. Segundo Debray (que palmilhou ao lado de Guevara e agora ensina teoria da comunicação), transformou a Europa numa delegação da América. Há um certo exagero nisto, mas vale a pena não descartar a ideia.

[Da coluna no CM] 

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