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Lá para o fim do ano, quando se assinalarem os 500 da viagem de Fernão de Magalhães (um português ao serviço de Espanha) à volta do mundo, há de ouvir-se o ribombar de canhões ao longo da fronteira. A coisa agrada-me. Em setembro passado, Portugal e Espanha anunciaram que cada país teria uma exposição para assinalar o feito – e que, depois, muito amigos, se reuniriam numa só, de braço dado, mostrando que a amizade ibérica é coisa de antanho. Não é. A figura de Magalhães – como a de Colombo – já deu azo a muita asneira e a vários tomos de conspiração sobre os descobrimentos e a primazia de um e outro país nas conquistas de além-mar. Os espanhóis, que anunciaram a “dupla exposição” com serenidade e displicência, acham agora que Portugal (que tem uma “estrutura de missão” para comemorar o feito) ignorou Espanha nos seus papéis enviados à Unesco, de onde não sairão; têm razão, até porque D. Manuel I perseguiu Magalhães até onde pôde (é uma das vítimas da pátria). Mas, caramba, somos os melhores do mundo e ele era portuga; este provincianismo há de queimar-nos, como de costume.
Da coluna diária do CM.
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