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Macbeth.

por FJV, em 29.11.15

A bela encenação de Macbeth que Carlos Avillez e o Teatro Experimental de Cascais apresentam neste final de ano relembra a grande atualidade de Shakespeare. As azougadas e os estouvados podem ser muito espertos politicamente – mas são analfabetos em todas as outras matérias, como relembra a sorte do infantil, ambicioso e atormentado Macbeth, usurpador e vítima ao mesmo tempo. O hábito do ressentimento (e da traição) apodera-se de todos, revelando a tensão e o terror permanentes: num mundo em que ninguém se salva (“O bom é mau e o mau é bom”, como diz, insuspeito, o coro das três bruxas), cada um é devorado pelos seus fantasmas e pelo desejo de tragédia. Não é por acaso que Freud se apaixonou por esta peça; os comentadores políticos sérios (não os que tocam as trombetas de ocasião) também deviam vê-la.

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