Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Ler, o silêncio dos livros.

por FJV, em 28.06.16

A minha primeira surpresa, quando cheguei à universidade de Brown, em Providence, Rhode Island, foi o horário das bibliotecas: algumas delas estavam abertas 24 horas – e era possível (e em certos casos necessário) reservar lugar para a noitada de trabalho. Recordei a frase de Einstein sobre o assunto: “A única coisa que é absolutamente necessário saber é a localização de uma biblioteca.” Depois da revolução feliz que foi a criação da rede de bibliotecas públicas – e que mudou verdadeiramente o país – tenho trabalhado com o grupo das bibliotecas escolares portuguesas, um sonho tornado possível com Teresa Calçada – e a experiência é enternecedora, mostrando gente cheia de entusiasmo que sabe que, hoje, as bibliotecas não são depósitos de livros, mas também lugares de encontro, de estudo, de perturbação ou até isolamento. De vez em quando vou a uma dessas bibliotecas públicas perto de casa, aberta aos fins de semana. Oiço o silêncio dos livros, que murmuram sem cessar. Risos no jardim. A felicidade de estar perto de gente que lê e se perde a despropósito, sem razões nem método.

Autoria e outros dados (tags, etc)




Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.