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O grande problema da escola pública (além da igualdade do acesso ao conhecimento e à cultura) não são os crucifixos na sala ou o debate sobre criacionismo. Tem a ver com a forma como as ideologias dominantes se apropriam dos programas de História, Português, Filosofia ou Educação Sexual, por exemplo.
Num interessante debate que ouvi na rádio, um dos intervenientes defendia que a escola «esclarecesse» alunos do 5º ano sobre temas como o aborto, a contraceção ou as «alterssexualidades». Outro dos participantes protestou: há famílias que não concordam com a abordagem desses temas por crianças com 10 ou 11 anos. «Pena. Vá para um colégio privado» – até porque, lembrou, os professores têm uma certa autonomia.
Ou seja, os novos donos da ideologia do ME ensinam uma nova religião – e quem não está contente, que se mude. O entrismo na política já deu lugar ao seu pensamento único. Não para esclarecer, mas para formar segundo o seu catecismo, independentemente da vontade das famílias. Este é o debate que interessa fazer sobre a escola pública. O resto são negócios.
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