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Lendo os capítulos essenciais da “história sexual da América”, o guião moralista repete-se, refém da censura e dos seus traumas.

por FJV, em 15.06.18

Camille Paglia

Os concursos de Miss America deixarão de contar com a prova em fato de banho e, nas avisadas palavras dos organizadores, passarão a avaliar as concorrentes menos pelo “aspeto exterior” do que pelo “interior”. Confesso que não me lembro de ter visto um único desses concursos (que acho razoavelmente pelintras), mas compreendo o júbilo causado por este anúncio. Mas ao contrário: longe de ser uma vitória feminista (basta ler Germaine Greer, a excelente autora de ‘A Mulher Eunuco’, onde criticava estereótipos da feminilidade e à má relação entre as mulheres e o seu corpo), é uma vitória do moralismo americano e do seu horror à beleza, que detesta, também, tanto as novas versões de ‘Os Anjos de Charlie’ como ‘Donas de Casa Desesperadas’ (ou Ursula Andress a sair das águas num filme de James Bond). É o mesmo moralismo que criou a Lei Seca americana e as leis anti-pornografia e anti-liberdade de expressão. Sei que esta posição não é muito popular – mas, lendo os capítulos essenciais da “história sexual da América”, o guião moralista repete-se, refém da censura e dos seus traumas.



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