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Julião Sarmento.

por FJV, em 05.05.21

Autenticidade. Não é um grande valor, uma explicação por aí além, mas é a palavra que me surge quando penso na obra de Julião Sarmento (1948-2021), que ontem nos deixou e que, a partir dos anos 80, se tornou um nome central na história da arte portuguesa – sem nunca pôr de parte aquilo que fez do seu trabalho um admirável montagem em torno dos seus temas de sempre: o erotismo, bem como a delicadeza e a transgressão em torno de todas as fronteiras e formas de representação do desejo. Conservador como sou, prefiro a sua pintura, que ficará como um dom excecional e duradouro, mas há nos outros objetos de Julião Sarmento (escultura, montagem, fotografia, encenação) essa permanência de uma gramática das figuras que transitam do seu traço enquanto pintor, como personagens abandonadas, imperfeitas como nós, sempre a caminho de um lugar inoportuno. Foi nessa condição que abriu portas para as nossas artes plásticas, não apenas limitado a Portugal e ao seu pequeno mundo – mas com um bravo reconhecimento internacional. Criar, dizia Julião Sarmento, é também traduzir. Estar lá de outra maneira.

Da coluna diária do CM.

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