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Jean Rhys tinha 59 anos quando foi redescoberta – não fosse Selma Cohen Vaz Dias, uma atriz holandesa de origens portuguesas (judeus que procuraram os Países Baixos), que queria adaptar o romance Bom Dia, Meia Noite para folhetim radiofónico. Jean Rhys publicara-o em 1939 e o livro, um “romance modernista”, não suscitou grande interesse. Erradamente. Seja como for, Rhys (que nascera na Dominica, nas Caraíbas, e vivia anonimamente em Inglaterra, mergulhada numa vida sentimental infeliz e em más memórias ultramarinas) esqueceu a carreira literária (cinco livros) – até que Selma Vaz Dias publicou um anúncio numa revista pedindo informações sobre o paradeiro da autora. Bom Dia, Meia Noite só foi adaptado em 1957, mas foi um bom recomeço. Nove anos depois publicou Um Vasto Mar de Sargaços, a sua grande obra-prima, uma espécie de arqueologia feminista e anticolonialista de Jane Eyre, de Charlotte Brontë, publicado há 120 anos – um livro belíssimo e de construção complexa que nunca se esquece. Passam hoje 130 anos sobre o nascimento de Jean Rhys e a sua vida cheia de melancolia.
Da coluna diária do CM.
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