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Para lá do debate sobre o caráter facultativo da leitura de Os Maias no ensino secundário há outras questões que deviam colocar-se acerca dos currículos propostos. Em primeiro lugar, a linguagem usada para justificar os programas – uma trapalhada que, em certos casos, não resiste sequer à primeira leitura. Custa a crer que no Ministério da Educação não exista gente que escreva com clareza, elegância e sem atropelos. Provavelmente não há (duvido), mas o problema não é ‘deste’ ME, mas de qualquer um dos anteriores ‘ME’, onde por vezes parece que um bando de cripto-pedagogos anda à solta com os complicómetros ligados. E, depois, se me permitem, gostava de saber se os professores têm sido ouvidos sobre as alterações curriculares. Se alguém – lá, no céu ministerial onde os cripto-pedagogos congeminam – andou pelas escolas, ouvindo professores que estão todos os dias em contacto com os alunos (não falo daqueles que não dão aulas) e que acumulam anos e anos de experiência. E se esses professores, muito deles o orgulho da profissão, são mesmo ouvidos. Porque merecem ser ouvidos.
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