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Um casal preparando o seu retiro.
Crónica de costumes, vamos lá. O líder do Podemos espanhol, que é pessoa da minha predileção, muito pespineta e arrivista, decidiu comprar um casarão nos arredores de Madrid por cerca de 600 mil euros. Não me choca; quem tem dinheiro que o use em casas, Maserattis ou chinelos de praia. Neste caso, um empréstimo bancário serve (desde que os eleitores espanhóis continuem a mantê-lo deputado para pagar a hipoteca). Acontece que Pablo Iglésias tem razões ponderosas: quer constituir família com a sua namorada Irene Montero, número dois do partido – e precisam de uma casa ajardinada e apiscinada para que os filhos cresçam como merecem. Esta história de amor reaccionária, ao contrário da de Lenine e Krupskaia, foi submetida à votação do partido: os militantes autorizam ou não? Autorizam, claro; quem não fica sensibilizado com uma história de amor? Querem que eles se demitam, ou não? Claro que não; quem não gosta de ver uma família feliz? Tudo isto é justo e decente. Sem ironia. Os dirigentes da classe operária não hão de querer viver como a classe operária. Em caso de dúvida, faça-se um referendo à vida amorosa dos líderes revolucionários.
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