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François Mauriac, uma velharia.

por FJV, em 01.09.20

Falar de François Mauriac (1885-1970) é, hoje em dia, evocar uma velharia desaparecida há exatamente cinquenta anos, a 1 de setembro de 1970, dois anos depois dos acontecimentos de Maio de 1968. Mauriac, que recebeu o Nobel da literatura em 1952, não estava do lado festivo da barreira, mas do outro, como apoiante de De Gaulle, inquieto com a ameaça da rua – ou a terminar o manuscrito de Um Adolescente de Antigamente, que publicaria no ano seguinte. Na minha adolescência, Mauriac era ainda famoso. O Nó de Víboras, Thérèse Desqueyroux e O Deserto do Amor eram leituras romanescas muito aconselhadas, cheias de personagens em busca de valores e sempre a atravessar o vazio das suas existências – mas já eram datadas na época, nos anos setenta. Os seus vários volumes de memórias e correspondência, e isto só descobri mais tarde, eram preciosos: desenhavam boa parte da história da França do pós-guerra, período em que várias vezes tentou fazer ouvir a sua sensatez, sem o conseguir. Hoje, recordo os seus livros como representações de teatro literário. Um cavalheiro de outro tempo.

Da coluna diária do CM.

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