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Em datas absolutamente especiais, ponho-me a caminho de Évora para almoçar no Fialho, onde entrei pela primeira vez em 1983 e conheci Manuel Fialho (1938-2020), que agora faleceu – mas também os seus irmãos Gabriel e Amor (com quem há não muito tempo me cruzei para minha alegria, ao vê-lo). Cação de coentrada, por razões sentimentais, é um dos pratos (a dividir) que hoje em dia repito em todas as visitas. Manuel Fialho, que foi um dos autores da ‘Carta Gastronómica do Alentejo’, documento dos documentos, era – à sua maneira – um erudito da cozinha da região, tendo recuperado para o restaurante algumas receitas notáveis e na altura em desuso, e porque permanentemente perguntava, indagava, queria saber, sempre com aquela afabilidade de pessoa inteira e amável. Chamei-lhe um dia “cavalheiro alentejano” – e isso é essencial ao recordar Manuel Fialho, 82 anos: um cavalheiro no restaurante, um cavalheiro no trato, entre as empadinhas, torresmos, grão, queijos, perfumes de vinhos que conhecia e amava. Portanto, perdemos um senhor. Coisa que hoje em dia nos faz muita falta.
Da coluna diária do CM.
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