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As “redes sociais” são um albergue onde se encontram quase todos os tolos e tolas ao lado de uma razoável percentagem de pessoas normais, mas com mais prerrogativas, mais atrevimento – e muita vontade de magoar o próximo e de insultar os outros. Essa é uma das razões porque qualquer responsável político se deve abster de estar sujeito a likes do Facebook, entrando em competição com o papa ou com uma sambista de Ovar (ocupações muito escrutinadas). Para comunicar, um político tem ao seu dispor o Diário da República (não é barato, eu sei), os microfones da imprensa e da rádio, as câmaras da televisão (raramente falham), já para não falar dos seus assessores de imprensa, que podem multiplicar-se e desdobrar-se. Há, naturalmente, outras coisas de que um político deve abster-se, se possível: andar nu pelos ministérios, conduzir pela esquerda nas estradas de dois sentidos, usar drogas em público, ou – não menos importante – ameaçar dar bofetadas a pessoas a quem, eventualmente, tem vontade de dar bofetadas. É aborrecido, reconheço, mas é uma regra da passagem pelo poder. Comer e calar. E nada de Facebook, ou lá o que é.
João Soares demitiu-se ao fim da manhã – não devia tê-lo feito. António Costa irá finalmente indigitar um daqueles que lhe garantiram que «a cultura está com António Costa», porque, lá está, ou são os proprietários da cultura, ou a cultura os informou da sua preferência, ou entre eles e a cultura não há diferenças essenciais.
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