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Salvar a Europa. Era esse o plano de Emmanuel Macron – tal como, agora, o do economista, também francês, Thomas Piketty. Macron foi aplicando taxas à classe média mas mantendo a “glória da França”: um Estado poderoso e com uma clientela entrincheirada. Pikétty propõe taxar as grandes empresas e as grandes fortunas – acontece que as grandes fortunas dão o salto para outro continente e as grandes empresas são estrangeiras. Um e outro, mais à direita e mais à esquerda, limitam-se a pensar em nome do desespero, para conservar uma “Europa da solidariedade” que tem os dias contados. Lamento. Que a Europa taxe mais a Huawei, como a Google e a Apple, pode ser justo – mas o centro do mundo mudou-se mesmo. No seu livro O Despertar da Eurásia (Temas e Debates), Bruno Maçães, que acaba de publicar em Inglaterra o novo Belt and Road, chama a atenção não para “o despertar da China” mas para uma nova ordem mundial a partir da China e das economias orientais. Infelizmente, a Europa (a de Macron ou a de Pikétty) não sobreviverá a inventar impostos sobre a riqueza dos outros.
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