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Todos os dias há notícias sobre o “regresso da cultura” depois do isolamento; no entanto, mencionam sobretudo as chamadas “artes do espetáculo”, o que se compreende porque envolvem dramas humanos graves e uma área profissional sitiada ao longo deste ano – com as salas de teatro, de música e de cinema, o lado mais visível da pequena indústria cultural sofreu danos que se espera que não sejam irreparáveis. No entanto, chamo a atenção para a notícia do CM de ontem sobre a consagração de mais de metade do Plano de Resiliência destinado “à cultura” a obras de restauro e conservação do património (cerca de 150 milhões). Independentemente de medidas de apoio imediato “à cultura” (sobretudo a pessoas que trabalham nessa área) trata-se de uma injustiça. O património gera uma receita incalculável na indústria turística portuguesa (a principal atividade portuguesa, no fundo), ou seja, viagens, energia, obras, restauração e hotelaria; “a cultura”, ou seja, a área do património, empresta sempre parte do seu orçamento a indústrias que a olham com sobranceria. Não deviam. 150 milhões é uma ninharia.
Da coluna diária do CM.
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