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Pobre país de doutores, onde se fabricam licenciaturas a pedido e à medida, e onde a rapaziada tem de falsificar diplomas e mentir ao Diário da República para não fazer má figura. Um sacrifício cruel. E tudo isto para quê? Para que não baixem as estatísticas do número de licenciados produzidos em universidades da treta ou em cursos de ciências políticas e da comunicação (a engenharia eletrotécnica já é um caso bicudo, reconheço), um verdadeiro alfobre de talentos. Os rapazes, a bem dizer, são vítimas de um sistema cruel que até está disposto a baixar a bitola a fim de produzir mais licenciados. Deve ser isso que pensa o Bloco de Esquerda, que dá o assunto por encerrado em duas penadas e é bem capaz de recomendar apoio parapsicológico às vítimas. Acabei de ler o livro de um licenciado em engenharia, que se atreveu recentemente às minudências da ciência política (o tal alfobre) e até, ui, ui, da teologia: para valorizar a coisa, e fazer inveja a latinistas, cita do francês (hélas!) o texto de um teólogo brasileiro. Quando é para brilhar, qualquer manigância serve. Até dá gosto.
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