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Um dos eufemismos mais usados pela imprensa e pelos políticos é a palavra "deriva". Assim, fala-se de "deriva securitária" para mencionar reforço do controle e da segurança e ultimamente fala-se de "deriva autoritária" quando as autoridades venezuelanas ou turcas impõem meios e medidas ditatoriais sob que pretexto for. Ora, no caso da Turquia não há "deriva" nenhuma: há, simplesmente, ditadura e fim da liberdade de expressão. Se é certo que Erdogan teria todo o direito a reagir a um golpe militar e a aplicar leis de exceção, a verdade é que a frágil democracia turca deixou de existir. Tayyip Erdogan não só mostra que é verdade tudo aquilo que se pensava dele, como se torna inimigo da Turquia moderna fundada por Mustafa Kemal Atatürk. A 27 de julho decretou o encerramento de 16 cadeias de televisão, 23 estações de rádio, 45 jornais, 3 agências de informação, 15 revistas e, atenção, 29 editoras de livros. Erdogan conta com o beneplácito da ‘realpolitik’ europeia, que trata os turcos como gente de segunda – como se eles não tivessem direitos políticos e Erdogan não fosse um ditador anunciado.
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