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Crescimento infinito e todos a comer em pedrinhas

por FJV, em 19.06.17

A doutrina do crescimento infinito ensina que, se este ano se venderam 10 milhões de telemóveis, no próximo ano é necessário chegar aos 11, apesar de já haver cerca de 17 milhões de aparelhos. Há coisas mais palermas, mas essa é uma delas – razão porque os telemóveis servem inclusive para, em certas ocasiões, telefonar. As indústrias do século XX pensam no “crescimento” como um algoritmo, inclusive quando se trata do turismo. É assustadora a quantidade de artigos, entrevistas, sessões espíritas, reportagens e disparates sobre a matéria. Antigamente fumavam erva de má qualidade, agora discutem Airbnb, regulamentação e startups de tuk-tuks e hostels onde se dorme no meio de mosquitada e móveis do Ikea. Portugal é atraente por causa do património histórico que é preciso cuidar (e que a indústria turística devia pagar a dobrar e com língua de palmo); o resto arranja-se. Sim, também na cozinha, mas (já perceberam, certamente) come-se cada vez pior nos “restaurantes da moda”, todos iguais, onde deixou de se comer em pratos e se usam ardósias. Adoro os sinais de perigo.

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